
Uma reviravolta silenciosa está em curso no mercado de carros de luxo na China — e o nome por trás disso não é alemão nem britânico, mas sim Huawei.
O sedã Maextro S800, desenvolvido em parceria com a montadora chinesa JAC, já é o veículo mais vendido do país entre os modelos que custam acima de 700 mil yuans, o equivalente a R$ 500 mil.
Desde setembro, o Maextro ultrapassou rivais tradicionais como o Porsche Panamera, o Mercedes-Benz Classe S e o BMW Série 7 — e continua liderando com folga.
Lançado em maio, o sedã da gigante da tecnologia rapidamente conquistou um público disposto a pagar mais de R$ 700 mil por um carro chinês com nível de refinamento europeu.
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Com versões 100% elétricas e elétricas de autonomia estendida, o Maextro S800 aposta em inovação e tecnologia para seduzir consumidores exigentes.
A motorização é só parte do pacote: o modelo traz um painel com três telas, mais de 30 sensores, portas automáticas e até um projetor de 40 polegadas para os passageiros traseiros.
O acabamento interno também impressiona, com detalhes como botões de cristal para ajuste dos bancos e um teto estrelado feito com 680 fibras ópticas, em estilo Rolls-Royce.
Enquanto isso, o Panamera parte de 1,1 milhão de yuans (mais de R$ 800 mil) na China, sendo consideravelmente mais caro — e vendendo menos.

O sucesso do Maextro reflete uma tendência crescente: o orgulho nacional chinês aliado ao amadurecimento das marcas locais no segmento premium.
Segundo analistas do setor, os consumidores estão priorizando inovação tecnológica e experiências diferenciadas em vez de simplesmente buscar emblemas tradicionais.
Richard Yu, presidente do grupo de consumo da Huawei, declarou que o Maextro marca a primeira vez que uma marca chinesa se estabelece no segmento ultra-luxuoso acima de 1 milhão de yuans.
Com tecnologia embarcada superior à dos alemães e preços mais competitivos, o modelo ganhou status de símbolo de status moderno e local.

Produzido na cidade de Hefei, o Maextro é fruto direto da estratégia da Huawei de entrar no setor automotivo com parcerias, fornecendo sistemas avançados de assistência à condução e redes de venda robustas.
A marca já havia causado impacto com o SUV Aito M9, que se tornou o carro de luxo mais vendido acima de 500 mil yuans poucos meses após o lançamento.
Enquanto isso, BMW, Mercedes e Audi seguem perdendo espaço na China, com dificuldades para acompanhar o ritmo das montadoras locais em inovação e custo-benefício.
A Audi, por exemplo, tenta reagir com modelos exclusivos para o mercado chinês, como o E5 Sportback, desenvolvido e fabricado localmente.

Para especialistas como Zhu Yulong, o sucesso da Huawei é também um reflexo da identidade nacional crescente entre os consumidores chineses.
Resta saber se a empresa e seus parceiros conseguirão manter o investimento necessário para sustentar o domínio nesse nicho altamente competitivo.
Por ora, porém, a mensagem é clara: o topo do mercado de luxo na China já fala chinês — e com sotaque tecnológico.
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