Enquanto o veterano Leaf já dá sinais de cansaço, a Nissan pode ter descoberto seu novo astro entre os carros elétricos — e, curiosamente, ele nasceu longe do Japão.
Trata-se do N7, um sedã elétrico feito na China que já acumula mais de 17 mil pedidos em pouco mais de um mês de vendas.
Lançado oficialmente em abril e disponível nas concessionárias chinesas desde 15 de maio, o modelo já virou o queridinho entre os EVs fabricados por parcerias internacionais no país asiático.
Com cerca de 70% das encomendas feitas por pessoas que nunca haviam tido um Nissan antes, o N7 tem gerado um impacto positivo para a marca, especialmente num cenário onde suas opções elétricas anteriores não decolaram como o esperado.
O sucesso se dá não só pelo preço extremamente competitivo — com versões a partir de 119.900 yuans, o equivalente a R$ 90 mil — mas também por um conjunto de atributos que o tornam bastante atraente: design moderno, pegada tecnológica e bons números de desempenho.
Mesmo não sendo um projeto 100% original da Nissan, já que deriva diretamente do Dongfeng eπ 007, o N7 possui personalidade própria.
Ele perdeu itens chamativos como as portas tipo tesoura da versão chinesa original, mas manteve a essência visual ousada, com faróis finos, barra de luz frontal e uma cabine minimalista dominada por uma tela de 15,6 polegadas.
O acabamento e a experiência a bordo são considerados superiores até mesmo ao que o Ariya oferece.
Na parte mecânica, o N7 não decepciona. A versão de entrada conta com motor de 215 cv e bateria de 58 kWh, entregando até 510 km de autonomia no ciclo chinês.
As opções mais caras trazem bateria maior, de 73 kWh, por valores ainda abaixo de R$ 110 mil na conversão direta.
Tudo isso ajuda a explicar por que o modelo já figura entre os elétricos médios mais vendidos na China abaixo de 200 mil yuans.
O bom desempenho nas vendas animou a Nissan, que já anunciou planos de levar o N7 a mercados globais.
Embora não haja qualquer confirmação de que o modelo vá chegar aos Estados Unidos, a Europa surge como um destino provável, principalmente diante da estratégia semelhante adotada por marcas como Mazda, que também pretende vender seus EVs chineses em mercados ocidentais.
Para completar, rumores apontam que a Nissan pode ressuscitar o nome “Primera” para rebatizar o N7 em mercados internacionais — uma forma de vincular esse novo produto a uma herança histórica da marca.
A grande lição desse caso é clara: unir preço acessível, bom design e tecnologia atualizada pode ser a chave para quebrar a resistência de consumidores ao carro elétrico,
Mesmo que isso signifique abrir mão de parte do DNA japonês em nome da eficiência chinesa.
E se o N7 continuar nesse ritmo, pode se tornar o novo carro-chefe da Nissan em uma era cada vez mais elétrica.
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