Sede da Nissan em Yokohama pode render R$ 3,6 bilhões em venda dramática para levantar caixa

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A Nissan está considerando vender sua sede global em Yokohama e, em seguida, continuar no local como inquilina.

Essa estratégia, conhecida como leaseback, tem ganhado força entre grandes empresas japonesas, que enxergam nos altos preços do mercado imobiliário atual uma oportunidade de gerar caixa, cortar custos com gestão predial e ainda manter a operação nos mesmos endereços.

A montadora japonesa já estaria recebendo propostas pelo edifício, que pode render cerca de 100 bilhões de ienes — algo próximo a R$ 3,6 bilhões.

Um fundo ligado à gigante americana KKR desponta como favorito na negociação, que deve ser fechada ainda este ano. Após a venda, os funcionários da Nissan continuariam trabalhando no mesmo prédio, agora alugado.

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Essa estratégia não é nova no Japão, mas voltou à tona com força após a pandemia, em meio a planos de reestruturação e busca por recursos para investimentos e aquisições.

A Yamato Holdings, por exemplo, vendeu sua sede em Tóquio neste ano e assinou um contrato de aluguel de 20 anos. O dinheiro da transação será usado para crescer por meio de compras estratégicas e recompensas aos acionistas.

Mas nem todas as empresas vendem imóveis apenas para levantar fundos. Algumas buscam flexibilidade.

A farmacêutica Daiichi Sankyo, por exemplo, vendeu sua sede atual em 2019 e vai se mudar para um novo prédio de alto padrão no mesmo bairro de Nihonbashi em 2027.

O novo local resolverá um problema antigo da empresa: a sede atual é dividida entre dois prédios diferentes, dificultando a operação diária.

Segundo Yasuhide Yamada, diretor-executivo da consultoria CBRE, o movimento de leaseback no Japão tem se expandido para fábricas, centros logísticos e imóveis industriais.

Ele destaca que empresas pressionadas por investidores ativistas também têm buscado orientações para vender ativos imobiliários valiosos, incluindo suas sedes na capital japonesa.

De acordo com a Tokyo Shoko Research, no último ano fiscal, 85 empresas listadas venderam imóveis no Japão, um número levemente abaixo do ano anterior.

Porém, a área total vendida cresceu 60%, superando 1,5 milhão de metros quadrados — e houve um aumento nas transações envolvendo terrenos com mais de 100 mil metros quadrados.

Com a elevação dos juros no Japão, muitas empresas estão acelerando seus planos de investimento. Isso pode impulsionar ainda mais as vendas de ativos imobiliários.

No entanto, a partir de 2027, uma mudança contábil nas regras japonesas exigirá que todos os contratos de leasing passem a constar no balanço patrimonial. Isso deve reduzir o apelo de vender imóveis apenas para “embelezar” os números da empresa.

Ainda assim, especialistas acreditam que os principais benefícios do leaseback — como captação de recursos e redução do risco imobiliário — continuarão a atrair empresas.

Para muitas, essa pode ser a melhor forma de financiar o crescimento sem abrir mão da operação física. No caso da Nissan, o que antes era símbolo de estabilidade pode virar fonte de liquidez para um novo ciclo corporativo.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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