
Pode até parecer que a Volkswagen está fora da corrida pelos carros autônomos, mas a marca alemã vem trabalhando discretamente nesse segmento há mais de uma década.
E agora resolveu dar um passo mais ousado: a estreia do seu serviço de robotáxis nos Estados Unidos, em parceria com a Uber. A estreia está marcada para 2026, em Los Angeles.
O modelo escolhido para transportar os passageiros será o ID Buzz, a reinterpretação elétrica e futurista da clássica Kombi. Mas não se trata de qualquer versão: será a de entre-eixos alongado, capaz de levar ao menos sete passageiros.
Com isso, a Volkswagen quer garantir o máximo de capacidade por viagem, mirando uma operação com “milhares” de veículos espalhados por várias cidades norte-americanas ao longo da próxima década.
Os testes em solo americano já começam ainda em 2025, mas com motoristas de segurança ao volante para monitorar o comportamento dos veículos e do sistema de direção autônoma.

A operação totalmente sem condutor depende, claro, de autorizações regulatórias específicas, mas a VW garante que só vai dar esse passo após os devidos avals.
Vale lembrar que a marca já vinha testando o ID Buzz autônomo nos Estados Unidos desde 2023, especificamente em Austin, no Texas.
Esses testes utilizam tecnologia da Mobileye — subsidiária da Intel especializada em sensores, câmeras, radares e software de condução assistida.
A operação comercial, no entanto, será feita pela Moia, empresa do grupo VW que já atua desde 2017 em Hamburgo com serviços de caronas compartilhadas usando veículos elétricos.
O software de direção autônoma que vai equipar os robotáxis é desenvolvido por outra subsidiária do grupo alemão, a Cariad. Mesmo com altos e baixos — incluindo uma série de trocas na liderança recentemente —, a empresa está encarregada de entregar a tecnologia que permitirá à VW disputar espaço com players já estabelecidos nesse setor.
A Volkswagen não é novata nesse mercado, mas também não teve vida fácil. A marca já se envolveu com startups como Aurora e Argo AI — esta última encerrada após a VW e a Ford desistirem do investimento.
Agora, o discurso da montadora é de maturidade e integração.
“Não somos apenas uma fabricante de automóveis – estamos moldando o futuro da mobilidade. Nossa colaboração com a Uber acelera essa visão”, afirmou Christian Senger, CEO da Volkswagen Autonomous Mobility.
“O que nos diferencia é nossa capacidade de combinar expertise em produção em larga escala com tecnologia de ponta e um profundo conhecimento das necessidades de mobilidade urbana.”
Do outro lado, a Uber vem ampliando seu leque de parceiros no segmento de veículos autônomos.
Além da Volkswagen, a plataforma já firmou acordos com empresas como Waymo, Motional, Avride e WeRide, além de startups como Serve, Cartken e Nuro, que desenvolvem robôs para entregas.
Se tudo correr como o planejado, o robotáxi da VW poderá se tornar uma peça importante para diversificar a oferta de transporte compartilhado elétrico e autônomo nos EUA.
E, quem sabe, transformar a nova Kombi elétrica em uma espécie de “ônibus do futuro”.

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