
A Stellantis e todos os fabricantes instalados ou não nos EUA viviam um mar de incertezas quanto à real política do atual governo norte-americano, mas agora os executivos já podem respirar alívios, há uma certeza: todos os carros importados e suas peças pagarão 25%.
Sem querer, a Stellantis já se antecipou ao caos que será o mercado americano daqui para frente e está oferecendo até US$ 72.000 para quem pedir as contas nos states, devido aos seus próprios problemas.
Em Detroit, a Stellantis anunciou uma oferta de rescisões voluntárias para funcionários horistas, representados pelo United Auto Workers (UAW), em mais de 20 instalações localizadas em Detroit e Toledo, conforme reportado pelo The Detroit Free Press.
A iniciativa, que pode render até US$ 72.000, faz parte de um movimento estratégico da empresa para melhorar a eficiência em meio a um mercado repleto de incertezas, agravadas pelas tarifas impostas pela administração Trump, que ameaçam impactar as montadoras dos EUA.
O programa de buyout abrange diversas plantas importantes, como a Sterling Heights Assembly Plant, a Warren Truck, o Detroit Assembly Complex e o Toledo Assembly Complex, entre outras.
Para ter acesso à oferta, os funcionários precisam ter, no mínimo, um ano de serviço. Os pacotes de rescisão variam conforme a antiguidade: colaboradores entre 1 e 15 anos de casa podem receber cerca de US$ 50.000, enquanto aqueles com 25 anos ou mais podem alcançar os US$ 72.000.
Além disso, os trabalhadores que aceitarem o pacote terão direito a seis meses de benefícios médicos, embora a cobertura odontológica não esteja incluída.
A gerência, contudo, mantém a prerrogativa de definir quem poderá aderir à oferta, e alguns colaboradores poderão ser requisitados a continuar trabalhando até 30 de setembro.
Já a Stellantis, dona de marcas como Jeep, Ram, Chrysler, Dodge e Fiat, vem enfrentando dificuldades financeiras há alguns anos, porém, agora com os elevados custos na América do Norte com a tarifa de 25%, a situação ficará pior.
Em 2024, a queda nas vendas e o alto estoque forçaram a empresa a ajustar os preços e intensificar as ações de marketing.
Kevin Gotinsky, diretor do departamento Stellantis do UAW, atribuiu a necessidade dessas medidas à “bagunça deixada para trás” pelo ex-CEO Carlos Tavares, que renunciou em 2024.
Ele ressaltou que o sindicato se empenhou em negociar opções que beneficiassem os trabalhadores, oferecendo tanto incentivos para aposentadoria quanto rescisões voluntárias.
Com o programa aberto até 8 de maio, a decisão final dependerá das circunstâncias individuais de cada funcionário.

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