
Quase todo motorista tem aquele cruzamento odiado no caminho: o semáforo fica fechado por minutos, abre por poucos segundos, libera dois ou três carros, e fecha de novo.
O resultado? Congestionamentos intermináveis, motoristas impacientes e cada vez mais gente arriscando avançar no vermelho ou desviando por rotas alternativas perigosas.
Mas essa realidade pode estar perto de mudar, graças a uma tecnologia que dispensa sensores caros e usa algo que já está presente em praticamente todo carro moderno: o GPS.
Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um sistema que coleta dados de localização em tempo real de veículos passando por cruzamentos e usa essas informações para reprogramar os semáforos de forma mais inteligente.
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Nos testes iniciais realizados em Birmingham, Michigan, o tempo de atraso nos cruzamentos caiu entre 20% e 30%.

O sistema consegue identificar padrões de tráfego com dados de apenas 5% dos veículos que passam por ali.
Ou seja, não é necessário que toda a frota esteja conectada.
A tecnologia detecta, por exemplo, que se um carro parou a 30 metros do semáforo, é porque há uma fila à frente — o que já permite prever quantos veículos estão acumulados e quanto tempo seria ideal manter o sinal verde.
Diferente dos sensores tradicionais embutidos no asfalto — que podem falhar com motocicletas ou não detectar carros que param fora da área de detecção —, o novo sistema usa as trajetórias dos veículos para saber onde e por quanto tempo eles estão parados.
Segundo Henry Liu, professor da Universidade de Michigan e diretor de centros especializados em mobilidade urbana, esses dados são muito mais completos que os fornecidos pelos sensores comuns, pois revelam número de paradas, tempo de atraso e até decisões de rota.
Outro benefício importante: os dados são anônimos.
As informações são tratadas de forma a eliminar qualquer possibilidade de identificar o veículo ou o motorista.
O foco da pesquisa não é saber quem passou pelo cruzamento, mas sim como o trânsito está se comportando naquele ponto.
Na prática, isso significa que a cidade pode otimizar os semáforos em tempo real sem instalar câmeras ou sensores físicos — o que representa uma enorme economia de custos.
Os primeiros testes usaram dados fornecidos pela GM em 2022.
Agora, a fase atual do projeto utiliza informações de serviços de assistência 24h, aplicativos de navegação e empresas de transporte por aplicativo.
Mesmo quem tem receio de ser rastreado vê com bons olhos o uso de dados de veículos comerciais, que já são monitorados constantemente e não têm expectativa de privacidade.
O potencial de aplicação dessa tecnologia é imenso, especialmente em cidades com infraestrutura antiga ou cruzamentos ainda operando em cronogramas fixos, sem considerar o fluxo real.
Ao transformar os dados de GPS em inteligência de tráfego, os pesquisadores oferecem uma solução de baixo custo, alta eficácia e sem necessidade de grandes obras.
Se der certo em larga escala, a tecnologia poderá tornar obsoletos os semáforos que tantos motoristas consideram verdadeiros inimigos diários.
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