Semáforos estão mudando de função: agora eles salvam vidas em vez de apenas acelerar o tráfego

semaforo fresno
semaforo fresno

Quando se pensa em medidas para tornar o trânsito mais seguro, vêm à mente lombadas, câmeras ou ruas mais estreitas.

Mas uma solução poderosa — e quase invisível — vem ganhando espaço em cidades que buscam reduzir acidentes no trânsito: o semáforo.

Durante mais de um século, os sinais foram usados quase exclusivamente para melhorar o fluxo de veículos.

Agora, engenheiros de tráfego começam a redirecionar essa tecnologia para algo mais urgente: salvar vidas.

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Com pequenos ajustes nos tempos de luz verde, vermelha e nas transições, semáforos estão sendo usados para forçar motoristas a reduzirem a velocidade, respeitarem pedestres e dirigirem de forma mais consciente.

Em vez de apenas garantir que mais carros passem por cruzamentos rapidamente, o novo foco está em evitar colisões e atropelamentos, segundo reportagem da Bloomberg.

semaforo farol sinal (3)
semaforo farol sinal (3)

Um dos métodos é a “onda verde” com velocidade reduzida: sinais são programados para liberar o trânsito apenas a quem mantiver uma velocidade moderada e constante.

Se o motorista acelerar demais, encontrará um vermelho.

Na prática, isso muda o comportamento: os condutores se adaptam ao ritmo da cidade para aproveitar a sequência de sinais abertos.

Outro recurso é o “rest in red”, que mantém o sinal fechado durante a noite — quando os acidentes aumentam — até que um veículo se aproxime em velocidade compatível com a permitida.

Se estiver rápido demais, o sinal permanece vermelho, obrigando o motorista a parar.

É uma forma inteligente e discreta de inibir a pressa perigosa sem gerar confrontos diretos ou multas.

Em cruzamentos com alto índice de atropelamentos, estão sendo adotados os LPIs, que oferecem alguns segundos de vantagem para pedestres antes de liberar o tráfego de carros.

Essa diferença de 4 a 7 segundos permite que as pessoas saiam da zona cega dos motoristas que desejam virar, aumentando a visibilidade e reduzindo drasticamente os riscos.

Em Nova York, essa simples mudança foi associada a uma queda de 33% nos acidentes com pedestres.

Outras cidades, como San Francisco, Portland e St. Petersburg, já aplicam estratégias similares, com resultados animadores.

Mas apesar da eficácia e do baixo custo — especialmente se os semáforos forem controlados remotamente — apenas cerca de 5% das cidades americanas usam esses recursos de forma sistemática.

Parte da resistência vem da cultura dos próprios departamentos de trânsito, que por décadas priorizaram o fluxo de veículos em vez da segurança viária.

Outra barreira é política: medidas que aumentam o tempo de espera nos cruzamentos podem gerar reclamações, mesmo quando estão salvando vidas.

A ironia é que muitas dessas mudanças passam despercebidas pela maioria dos motoristas.

Ao contrário de ciclovias ou “road diets”, que provocam polêmicas públicas, os semáforos modificados são silenciosos — e eficazes.

“Você só precisa de alguém com as habilidades certas em temporização de sinais”, diz Cheryl Stacks, gerente de transporte em St. Petersburg.

Afinal, todo motorista acha que entende de trânsito — mas a verdadeira engenharia está acontecendo sem alarde, uma luz por vez.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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