A Pagani, famosa por seus supercarros artesanais com motores V12 fornecidos pela Mercedes-AMG, revelou que esteve muito próxima de lançar um modelo totalmente elétrico — mas acabou abandonando o projeto.
O motivo? Simples: ninguém quis comprar.
Durante o Festival de Velocidade de Goodwood, um representante da marca confirmou que o Utopia, mais recente modelo da fabricante italiana, foi originalmente concebido para estrear uma versão elétrica.
A intenção era clara: lançar uma versão a bateria ao lado da configuração com motor V12 biturbo de 6.0 litros e 852 cv. No entanto, a resposta do público foi um balde de água fria.
Segundo Sebastian Berridi, porta-voz da Pagani, a empresa dedicou uma equipe exclusiva ao desenvolvimento de um Utopia elétrico. “Mostramos a ideia para nossos concessionários e clientes, mas ninguém demonstrou interesse. Tivemos que abandonar o projeto”, declarou.
Berridi destacou ainda que, como uma empresa familiar, a Pagani precisa manter a viabilidade financeira acima de tudo — mesmo que isso signifique engavetar anos de pesquisa e desenvolvimento.
O fracasso não foi por falta de esforço. A Pagani chegou a estreitar parcerias com fornecedores ligados à Mercedes-AMG, mas os custos e a falta de demanda inviabilizaram o modelo.
A montadora também deixou claro que nunca cogitou fazer um híbrido, por considerar o sistema complexo demais.
A realidade é que o mercado de supercarros elétricos ainda patina. Nem mesmo o Rimac Nevera, que quebrou mais de 20 recordes de aceleração, conseguiu vender todas as 150 unidades previstas.
Para muitos entusiastas endinheirados, a ausência de ruído e o peso elevado das baterias tornam os elétricos menos emocionantes do que seus equivalentes a combustão.
O próprio Berridi explicou que simulações apontaram um ganho de peso de até 700 kg no Pagani elétrico, o que comprometeria a dirigibilidade.
Apesar do revés, a Pagani não fechou totalmente as portas para os elétricos. “Horacio Pagani é uma pessoa curiosa e científica. Continuamos pesquisando, mas o carro precisa dirigir como um Pagani”, disse o porta-voz.
Enquanto isso, o motor V12 da AMG continua sendo o coração da marca. Segundo a empresa, o propulsor já está homologado na Europa até 2030 e na Califórnia até 2032 — e há otimismo de que esse prazo seja estendido.
“O V12 é uma celebração da engenharia mecânica. Não temos planos de abandoná-lo”, concluiu Berridi.
Ou seja, para quem sonha com um Pagani elétrico, é melhor esperar sentado. Por enquanto, o ronco do V12 segue sendo a trilha sonora preferida dos milionários apaixonados por velocidade.
[Fonte: CarBuzz]
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