
O Dodge Charger Daytona prometia ser o futuro eletrificado de uma lenda americana, mas a transição do V8 roncador para um motor elétrico silencioso está se revelando mais turbulenta do que a marca imaginava.
Após críticas dos fãs e vendas decepcionantes, agora o esportivo enfrenta um novo obstáculo: um recall por ser silencioso demais.
Isso mesmo. Mais de 8.300 unidades dos modelos 2024 e 2025 do Charger Daytona precisarão retornar às concessionárias por um motivo inusitado.
Segundo a própria Dodge, algumas versões podem ter saído de fábrica sem o software responsável por emitir os sons de advertência obrigatórios para alertar pedestres quando o carro se move em baixa velocidade – uma exigência legal para todos os veículos elétricos e híbridos vendidos nos Estados Unidos.
O sistema, que deveria reproduzir um som através do amplificador do veículo, é fundamental para evitar acidentes em situações urbanas, especialmente em estacionamentos ou cruzamentos onde o ruído do motor é ausente.
Estima-se que cerca de 3% dos modelos afetados não tenham recebido a atualização de software necessária durante a produção.
A solução, no entanto, é simples. A Dodge informou que vai atualizar o software dos veículos gratuitamente nas concessionárias autorizadas. As cartas de notificação aos proprietários começarão a ser enviadas no dia 10 de julho.
Mas os problemas do Charger Daytona não se limitam à falta de barulho. Desde seu lançamento, o modelo tem enfrentado resistência por parte dos entusiastas da marca, que ainda preferem o rugido dos motores Hemi.
O novo elétrico já aparece em concessionárias com descontos superiores a 20 mil dólares, uma cifra que revela a dificuldade em convencer o público tradicional da Dodge a abraçar essa nova era.
A situação do Daytona também levanta dúvidas sobre o apetite do consumidor americano por muscle cars eletrificados.
Mesmo com desempenho digno de superesportivo, o silêncio do novo Charger parece ter deixado um vácuo emocional que os fãs ainda não conseguem preencher.
Em paralelo, a Stellantis anunciou também um outro recall para minivans Chrysler Pacifica e Voyager do ano 2023, por um defeito que pode comprometer a imagem da câmera de ré.

No caso desses veículos, um erro de fabricação pode impedir o sinal da câmera de ser exibido corretamente, exigindo inspeção e possível substituição do componente.
Em meio a essas notícias, fica claro que o processo de eletrificação ainda enfrenta barreiras – algumas técnicas, outras emocionais.
E para marcas como a Dodge, cuja identidade sempre esteve atrelada a força bruta e barulho ensurdecedor, o desafio é ainda maior: como manter a essência enquanto se adapta às regras do novo jogo?

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