
A Hyundai Motor, uma das maiores e mais influentes da Coreia do Sul, vai enfrentar greves parciais ao longo desta semana em suas fábricas espalhadas pelo país.
O movimento é liderado por seu poderoso sindicato, que reúne cerca de 40 mil trabalhadores, e tem como foco principal a luta por jornadas mais curtas, aposentadoria mais tardia e bônus ligados aos lucros recordes da empresa.
Segundo comunicado interno enviado aos membros do sindicato, os trabalhadores irão paralisar suas atividades por duas horas nas quarta e quinta-feiras, e por quatro horas na sexta-feira, afetando operações em unidades estratégicas como Ulsan, Jeonju e Asan, onde são fabricados os principais modelos da marca.
A decisão pela greve foi tomada após votação realizada em 25 de agosto, na qual a maioria dos trabalhadores aprovou o plano de paralisações.
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Entre as principais reivindicações está o pagamento de um bônus equivalente a 30% do lucro líquido da Hyundai em 2024 — um ano marcado por crescimento explosivo da empresa nos Estados Unidos, que impulsionou receitas históricas.

Além disso, os trabalhadores coreanos querem que a idade de aposentadoria suba dos atuais 60 para 64 anos e propõem a adoção de uma jornada semanal de 4 dias e meio, reduzindo a carga horária sem afetar a produtividade, segundo porta-voz do sindicato.
A Hyundai já tem histórico de pioneirismo em acordos trabalhistas.
Em 2003, o sindicato da empresa foi um dos primeiros a fechar acordo pelo fim do expediente aos sábados, contribuindo para a consolidação da semana de cinco dias úteis na Coreia do Sul — país que historicamente teve jornadas longas e intensa cultura de trabalho.
No entanto, a relação entre o sindicato e a montadora nem sempre foi pacífica.
Apesar de não realizar uma greve completa por salários há sete anos, os trabalhadores participaram de uma greve parcial em dezembro de 2024, em protesto contra a controversa tentativa do então presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol de decretar lei marcial.

A Hyundai ainda não se pronunciou oficialmente sobre o atual movimento grevista. Um porta-voz da empresa foi procurado pela imprensa na manhã de quarta-feira, mas não respondeu aos pedidos de comentário.
Com o movimento sindical ganhando força, a greve parcial nas fábricas da Hyundai reflete um momento crucial de redefinição das relações de trabalho na indústria automobilística sul-coreana.
Diante de lucros bilionários no exterior, os trabalhadores exigem mais participação, melhores condições e um novo modelo de jornada que, segundo eles, está mais alinhado com os desafios do século XXI.
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