
A tensão voltou a crescer entre a Stellantis e os sindicatos italianos.
Nesta segunda-feira (21), o novo CEO da companhia, Antonio Filosa, se reuniu com representantes das principais entidades trabalhistas da Itália — como FIM-CISL e Fiom — para tratar do futuro das fábricas locais, diante da queda na demanda por veículos e da paralisação de linhas de produção em diversas unidades europeias.
Os sindicatos cobram clareza sobre os planos industriais da Stellantis para o país, principalmente após a desaceleração nas plantas de Cassino e Termoli, e querem detalhes sobre o destino da Maserati, marca premium do grupo que enfrenta forte retração nas vendas.
O temor é que a reestruturação da montadora possa sacrificar parte da produção italiana, algo que as entidades trabalhistas prometem resistir.
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A situação se agravou nas últimas semanas com a pausa na produção de diversos modelos na Europa por conta da baixa procura.

A medida afetou fornecedores locais como a Forvia, que declarou enfrentar perdas de “dezenas de milhões de euros” em vendas neste ano devido às interrupções nas montadoras.
Embora a Stellantis tenha prometido não fechar nenhuma planta italiana, os sindicatos exigem garantias mais sólidas — especialmente depois que Filosa cancelou investimentos em algumas frentes europeias, enquanto anunciou US$ 13 bilhões em aportes para os Estados Unidos nos próximos quatro anos, com foco em modelos elétricos e novas fábricas.
A decisão de priorizar o mercado norte-americano acendeu o sinal de alerta em toda a cadeia automotiva europeia.
Para completar, concorrentes chineses como a BYD continuam avançando no continente com modelos mais baratos, o que pressiona ainda mais as montadoras locais e torna as fábricas europeias menos competitivas frente a países com mão de obra mais barata, como Marrocos, onde o ex-CEO Carlos Tavares chegou a planejar novas linhas de montagem.

Em um movimento para tentar conter a crise de imagem e acalmar os ânimos após a saída de Tavares, a Stellantis anunciou em 2023 um investimento de €2 bilhões na Itália e prometeu fabricar localmente uma nova versão do Fiat 500.
Mas, até agora, as ações concretas têm sido vistas como insuficientes pelos sindicatos.
Com a aproximação das eleições europeias e a crescente pressão política contra a perda de empregos industriais, a reunião desta semana pode se tornar decisiva para o futuro da Stellantis no país.
Além da Fiat e Maserati, outras marcas como Alfa Romeo e Lancia também estão sob observação.
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