
Você pode até pensar que os sistemas de assistência à condução estão prontos para assumir o volante, mas a realidade mostra que a tecnologia ainda está longe de substituir o motorista humano.
Um estudo recente conduzido pela AAA colocou cinco sistemas avançados de assistência à prova nas ruas congestionadas de Los Angeles, e os resultados não são exatamente animadores.
Os sistemas testados incluem funções como controle de cruzeiro adaptativo, manutenção de faixa, frenagem de emergência e o mais novo entre eles: o assistente de tráfego intenso — uma combinação de controle adaptativo e centralização de faixa para baixas velocidades.
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Na teoria, são tecnologias criadas para aliviar o estresse em situações de para-e-anda, especialmente em rodovias. Na prática, porém, a intervenção do motorista ainda é constantemente necessária.

Durante o teste, os veículos foram guiados por motoristas treinados em rotas reais, durante o trânsito da manhã e da tarde, com todas as instruções seguidas conforme os manuais dos próprios fabricantes.
Foram mais de 342 milhas (550 km) rodadas e mais de 16 horas de análise técnica detalhada. E, apesar de toda a sofisticação dos sistemas, os dados mostram que intervenções do motorista foram necessárias, em média, a cada 9 minutos.
O motivo mais frequente? Outros carros cortando a frente — algo comum no trânsito urbano. Essa situação ocorreu a cada 8,6 milhas, com 90% dos casos exigindo ação imediata do condutor.
Outro problema recorrente foi o sistema não conseguir manter o carro centralizado na faixa, o que aconteceu em média a cada 11,3 milhas, sendo que em 72% dos casos também foi necessário que o motorista corrigisse a direção.

Além disso, houve falhas ao retomar a marcha após paradas, desativações inesperadas do sistema e, em alguns casos, falha ao reduzir a velocidade corretamente, forçando o condutor a acionar os freios.
Foram registrados 71 episódios em que o carro simplesmente não retomou o movimento após parar, e 43 ocasiões em que o sistema não freou o suficiente, com 70% desses momentos exigindo intervenção humana.
A AAA também comparou os sistemas que permitem dirigir com as mãos fora do volante com os que exigem que o motorista mantenha as mãos na direção o tempo todo.
Os primeiros se saíram um pouco melhor, exigindo intervenção a cada 7,2 milhas (20 minutos), enquanto os segundos falharam com três vezes mais frequência, pedindo ação a cada 2,3 milhas (6,7 minutos).

Mas mesmo nos sistemas mais modernos, a autonomia ainda tem seus limites. Os carros com funções de “mãos-livres” ainda avisam para colocar as mãos de volta no volante a cada 5,5 milhas (15,3 minutos), mostrando que não se trata de direção autônoma total.
A conclusão da AAA é direta: nenhum desses sistemas substitui um motorista atento. A entidade recomenda que o condutor conheça os limites do seu carro, leia o manual e não se distraia, especialmente com o celular.
E, mesmo que o sistema permita seguir o carro da frente automaticamente, é sempre melhor manter uma distância segura, mesmo que isso signifique que outros motoristas possam “cortar” a sua frente.
O estudo serve como lembrete de que, embora os carros estejam ficando cada vez mais inteligentes, a responsabilidade por uma direção segura continua sendo humana.
A tecnologia pode ajudar — mas ainda não dirige por você.
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