As montadoras seguem apostando pesado em sistemas de direção assistida cada vez mais sofisticados. Mas será que os consumidores realmente querem abrir mão do volante?
De acordo com um novo levantamento da AutoPacific, a resposta é sim — e com entusiasmo crescente.
Segundo a pesquisa, 43% das pessoas que pretendem comprar um carro nos próximos três anos querem um veículo equipado com algum tipo de sistema de direção sem as mãos.
Esses recursos, como o Super Cruise da GM ou o BlueCruise da Ford, permitem que o carro dirija em trechos de rodovia sem intervenção direta do condutor, ainda que este precise continuar atento.
É um salto considerável em relação a 2024, quando pouco mais de 20% demonstravam esse tipo de interesse. O dado sinaliza uma mudança importante de percepção sobre a tecnologia.
O que antes era tratado com desconfiança, agora parece cada vez mais desejável. E não é só isso: 38% dos entrevistados também disseram querer um carro totalmente autônomo, sem sequer um volante.
O estudo ainda aponta que 60% dos entrevistados já se sentem confortáveis em deixar o carro realizar algumas tarefas sozinho, como manter a faixa ou estacionar de forma autônoma.
Outros 56% afirmaram confiar nos sistemas automáticos de segurança, que prometem evitar acidentes sem a ação do motorista.
Mas talvez o dado mais revelador seja o seguinte: 48% das pessoas querem que o carro dirija sozinho para que possam fazer outra coisa no trajeto — ler, assistir a vídeos, navegar no celular ou até tricotar.
A direção, para muitos, virou apenas um detalhe entre dois pontos.
É claro que esse levantamento reflete a opinião do público geral, não dos entusiastas da direção. Quem realmente gosta de dirigir ainda torce o nariz para esse tipo de automação, preferindo manter o controle total.
Mas essa parcela parece cada vez mais isolada diante da praticidade oferecida pelas novas tecnologias.
Testes realizados com o BlueCruise 1.4 em modelos como o Ford Expedition confirmam que o sistema já está bem refinado.
Mudanças de faixa são feitas sem as mãos, o carro mantém a trajetória de forma precisa e, mesmo quando exige que o motorista mantenha atenção, faz isso de maneira discreta.
A dúvida que permanece é se os motoristas vão usar essa tecnologia com responsabilidade. Porque o problema não está no sistema — mas em quem insiste em driblá-lo.
[Fonte: AutoPacific]
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