
A Volkswagen está atravessando um ano conturbado em diversos níveis.
Com a demanda em queda, cortes de produção e planos agressivos de redução de pessoal, agora a montadora alemã volta seu foco para dentro de casa.
A mensagem é clara: quem pisar fora da linha pode acabar fora da empresa — e isso já está acontecendo em ritmo acelerado.
De acordo com o mais recente relatório semestral de conduta interna, a VW demitiu 548 funcionários somente no primeiro semestre de 2025 por violarem regras internas.
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No mesmo período, mais de 2 mil empregados receberam advertências formais.

A tendência é que esses números cresçam até o fim do ano, refletindo um clima de maior rigidez e intolerância a comportamentos considerados inadequados.
A principal causa das punições? Faltas não justificadas.
O jornal alemão Bild revelou que, só na marca principal da VW, mais de 300 colaboradores já foram dispensados por esse motivo nas fábricas de Wolfsburg, Braunschweig, Emden, Hanover, Salzgitter e Kassel.
Esse número já iguala o total de demissões por indisciplina de todo o ano anterior, indicando que a empresa está endurecendo sua política de tolerância zero.
Thomas Schäfer, chefe da marca VW, havia declarado no ano passado que o absenteísmo gerava prejuízos estimados em €1 bilhão por ano.

Em resposta, a empresa passou a alertar seus funcionários via intranet que ausências repetidas sem justificativa plausível podem resultar em demissão imediata.
A medida, ainda que impopular, reflete o esforço da montadora para conter perdas em um momento de incertezas.
Apesar de a Volkswagen empregar mais de 560 mil pessoas ao redor do mundo, essas demissões pontuais fazem parte de um plano maior: até 2030, a empresa pretende cortar 35 mil postos de trabalho só na Alemanha, como parte de uma reestruturação para se adaptar à nova realidade do mercado automotivo.
A crise interna coincide com mudanças bruscas na produção. A empresa já anunciou que suas unidades de Zwickau e Dresden — onde são fabricados modelos elétricos como o ID.4 e ID.7 — ficarão paradas por uma semana a partir de 6 de outubro.
A fábrica de Osnabrück, responsável pela produção do T-Roc Cabriolet, também terá paralisações frequentes e será fechada ao menos um dia por semana até o final do ano.
Por outro lado, nem tudo é notícia ruim.
A Volkswagen tem registrado forte demanda por modelos como Golf, Tiguan e Tayron, e anunciou turnos extras na planta de Wolfsburg para atender ao aumento de pedidos até dezembro.
O cenário é, no mínimo, contraditório: enquanto alguns modelos puxam a produção para cima, outros obrigam a empresa a pisar no freio.
Internamente, o ambiente é de tensão, com demissões por má conduta subindo e um recado direto da diretoria: agora, qualquer deslize pode custar o emprego.
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