
A Stellantis e a gigante chinesa CATL deram início à construção de uma megafábrica de baterias no norte da Espanha, selando uma parceria de €4,1 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) que reforça a presença tecnológica da China no coração da indústria automotiva europeia.
A planta será instalada em Figueruelas, na região de Zaragoza, e faz parte da estratégia da Stellantis para garantir o fornecimento de baterias para veículos das marcas Peugeot, Opel, Fiat e Jeep.
A joint venture batizada de Contemporary Star Energy deve começar a produzir até o final de 2026, com operação parcial de 30% até 2028 e capacidade total prevista para 2030.
Com produção estimada de 50 GWh por ano, a planta deverá empregar cerca de 4.000 pessoas em sua fase plena.
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Apesar da comemoração por parte do governo espanhol, o projeto já enfrenta críticas pela decisão da CATL de trazer cerca de 2.000 trabalhadores chineses para construir e equipar a instalação.
Segundo representantes da empresa, os profissionais permanecerão de um a dois anos no país, parte deles dedicados à capacitação de equipes locais.
O ministro da Indústria, Jordi Hereu, defendeu o investimento como um modelo exemplar de reindustrialização, afirmando que “é a melhor contribuição que a Espanha pode oferecer à reindustrialização da Europa”.
A CATL será responsável por cerca de 94% do capital investido, evidenciando sua liderança no projeto — e alimentando preocupações sobre a crescente dependência europeia de fornecedores asiáticos em um setor estratégico.
Mesmo com os esforços da União Europeia para fomentar empresas locais de baterias, iniciativas como Britishvolt (Reino Unido) e Northvolt (Suécia) enfrentaram insolvência ou cortes drásticos, enquanto projetos de Mercedes, Volkswagen e Stellantis foram adiados diante da demanda morna por EVs.
Enquanto rivais europeias perdem fôlego, a CATL segue em expansão acelerada, com outra fábrica em construção na Hungria e promessas de diversificação tecnológica para além do lítio.
Autoridades espanholas insistem que a aliança com a China é parte de uma visão de autonomia estratégica “aberta ao mundo”, que busca equilibrar competitividade com parcerias globais.
O embaixador chinês na Espanha, Yao Jing, afirmou que a China manterá o compromisso de “compartilhar tecnologia” com parceiros europeus.
Ainda assim, o projeto em Figueruelas se tornou um símbolo da tensão entre pragmatismo econômico e o desejo da Europa de reduzir sua dependência externa em setores-chave como o de baterias.
Para a Stellantis, o movimento representa uma resposta direta aos desafios da eletrificação, ao garantir acesso competitivo a insumos essenciais, mesmo que isso signifique aprofundar laços com a indústria chinesa.
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