Stellantis cogita vender Free2move e admite fracasso em apostar na mobilidade urbana

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A Stellantis está reavaliando seu portfólio e pode colocar à venda a Free2move, sua operação de mobilidade urbana e compartilhamento de carros.

A informação vem de fontes próximas à empresa, que afirmam para a Bloomberg que a fabricante já iniciou conversas preliminares com possíveis compradores, embora nenhuma decisão definitiva tenha sido tomada até agora.

A possível venda da Free2move faz parte da estratégia do novo CEO, Antonio Filosa, para reverter a fase difícil da companhia.

Desde que assumiu o cargo em maio, Filosa tem sido pressionado a recuperar o terreno perdido nos mercados dos Estados Unidos e da Europa , onde a Stellantis perdeu participação sob a gestão anterior de Carlos Tavares.

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As fontes afirmam que Filosa iniciou uma ampla revisão de ativos e operações industriais da empresa, com o objetivo de apresentar um novo plano de negócios aos investidores no primeiro trimestre de 2026.

Vender negócios considerados periféricos — como a Free2move — pode abrir espaço para redirecionar investimentos para áreas com maior retorno, especialmente nos EUA, que ainda representam a principal fonte de lucro do grupo.

Lançada em 2016 pela então PSA Group (antes da fusão com a Fiat Chrysler que deu origem à Stellantis), a Free2move foi por muito tempo uma aposta ousada de Tavares, na contramão da tendência de outros grupos automotivos, que recuaram diante das dificuldades de tornar o modelo de mobilidade urbana rentável.

Em 2022, a Stellantis chegou a anunciar a compra da Share Now — operação de car-sharing criada por BMW e Mercedes-Benz — com planos ambiciosos de expansão global.

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A meta era atingir 15 milhões de usuários ativos e gerar receitas superiores a €2,8 bilhões. Mas o cenário mudou: desde a saída de Tavares, a Stellantis pisou no freio, cortou investimentos em elétricos e abandonou a joint venture de hidrogênio com a Michelin.

Hoje, a Free2move atua em cidades como Paris, Madrid, Roma, Amsterdã e Washington DC. Mas, ao que tudo indica, essa presença global pode não ser mais vista como estratégica dentro do novo foco da companhia.

Os sinais de mudança já começaram a aparecer. A Stellantis contratou a consultoria McKinsey para ajudar na reestruturação das marcas Maserati e Alfa Romeo — dois nomes tradicionais, mas que têm enfrentado dificuldade para se manter relevantes.

Embora a empresa negue a venda da Maserati, a reorganização das marcas indica que a Stellantis está disposta a cortar onde for necessário para garantir foco em produtos com mais margem e apelo comercial.

O mercado reagiu positivamente às movimentações. As ações da Stellantis chegaram a subir 7,6% na bolsa de Milão após os primeiros sinais de recuperação nas vendas dos EUA — o primeiro avanço em mais de dois anos.

Com valor de mercado estimado em €24 bilhões (cerca de US$ 28 bilhões), a Stellantis tenta reencontrar sua identidade e foco estratégico. E, nesse novo momento, a Free2move pode ter deixado de ser uma solução para o futuro e se transformado em um fardo do passado.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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