Stellantis congela projeto AutoDrive: altos custos e pouco interesse travam sistema de direção autônoma

Segundo apuração da agência Reuters, a Stellantis decidiu colocar em pausa o desenvolvimento do AutoDrive, seu sistema de direção autônoma de Nível 3 que vinha sendo planejado desde 2021.

Fontes internas relataram que o programa enfrenta obstáculos significativos — incluindo custos elevados, dificuldades técnicas e dúvidas sobre o interesse real dos consumidores por um sistema que permite dirigir sem as mãos e sem os olhos atentos à via.

O AutoDrive foi anunciado com entusiasmo em 2021 pelo então CEO Carlos Tavares, como parte de um pacote tecnológico que incluiria também os sistemas STLA Brain e SmartCockpit.

Na época, Stellantis prometia que essas soluções revolucionárias estreariam em 2024 e ajudariam a transformar a empresa em uma “tech company” de mobilidade sustentável, prevendo até US$ 23 bilhões em receita anual com software e assinaturas até o fim da década.

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Apesar de em fevereiro deste ano a própria Stellantis ter declarado que o AutoDrive estaria “pronto para implantação” — com funcionamento mesmo à noite e sob chuva, mas limitado a velocidades de até 60 km/h — o projeto foi subitamente colocado em espera.

Diferente do sistema Level 2+ (Active Driving Assist), o AutoDrive permitiria que motoristas assistissem a filmes ou lessem enquanto o carro conduz sozinho em condições de trânsito lento.

O AutoDrive seria fruto de uma parceria com a BMW, mas o cenário interno da Stellantis mudou drasticamente em 2025.

A empresa registrou perdas de US$ 2,7 bilhões no primeiro semestre, enfrentou a saída de executivos e teve lançamentos mal-sucedidos, como o do Dodge Charger Daytona EV. Diante disso, a ordem foi clara: cortar custos e rever prioridades.

Embora a empresa não tenha confirmado oficialmente o cancelamento, fontes ouvidas pela Reuters indicam que não há previsão de lançamento no curto prazo.

A Stellantis, no entanto, afirma que os investimentos feitos até agora não são considerados perdidos, pois podem ser aproveitados no desenvolvimento de futuras versões do sistema.

O futuro do AutoDrive, portanto, segue incerto — uma ambição congelada por enquanto, à espera de um mercado mais receptivo e de melhores condições financeiras.