
A Stellantis vive um momento crítico.
Com a demanda por seus veículos em queda acentuada, a montadora decidiu suspender temporariamente a produção em seis fábricas espalhadas pelo continente europeu.
A medida acontece em meio a um prejuízo líquido de US$ 2,65 bilhões registrado no primeiro semestre e a previsão de um impacto adicional de US$ 791 milhões devido às tarifas impostas nos Estados Unidos.
O sinal mais claro da gravidade da situação está na paralisação da fábrica de Pomigliano, próxima a Nápoles, na Itália.
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O local produz dois modelos-chave da empresa: o Fiat Panda, que terá sua linha parada entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro, e o Alfa Romeo Tonale, cuja produção será interrompida por ainda mais tempo, até 10 de outubro.

Cerca de 3.800 trabalhadores serão temporariamente afastados durante esse período.
Na França, a unidade de Poissy — responsável por montar o Opel Mokka e o DS3 — também terá suas operações interrompidas, entre 13 e 31 de outubro.
A empresa justificou o intervalo como uma oportunidade para realizar treinamentos e ajustes técnicos na planta, além de buscar equilíbrio entre produção e demanda.
Mas a crise não se limita à Itália e à França. Segundo a agência Bloomberg, a pausa na produção afetará também fábricas na Polônia, em duas instalações na Espanha e no site de Eisenach, na Alemanha.
Trata-se de um dos maiores recuos operacionais já enfrentados pela Stellantis em sua estrutura europeia neste ano.

Em comunicado oficial, a montadora afirmou que está “ajustando o ritmo de produção de algumas de suas fábricas na Europa para alinhar a oferta à demanda real do mercado”.
O objetivo, segundo a empresa, é controlar o volume de estoque até o fim do ano diante da queda nas encomendas.
Os números refletem o desafio. Nos primeiros sete meses do ano, os emplacamentos da Stellantis na Europa caíram 8%, totalizando 1,19 milhão de unidades.
Além disso, a empresa reconheceu que as tarifas impostas por Donald Trump impactaram negativamente as vendas do Alfa Romeo Tonale nos Estados Unidos.
Outro fator que pesou foi a redução nas encomendas de frotistas e locadoras, segmento que tradicionalmente ajuda a manter a produção em ritmo constante, especialmente para modelos de entrada como o Panda.
Diante desse cenário, a Stellantis enfrenta a necessidade de revisar estratégias e manter o equilíbrio entre produção e demanda, enquanto lida com pressões políticas, concorrência acirrada e mudanças no perfil de consumo na Europa e nos Estados Unidos.
A paralisação das fábricas é, por ora, um remédio amargo — mas inevitável.
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