
Durante anos, a receita da Dodge e do grupo Stellantis nos Estados Unidos foi simples: potência bruta, pneus fritando e arrancadas cinematográficas.
Modelos como o novo Charger seguem essa fórmula fielmente. Mas, nos bastidores, os engenheiros da marca estão trabalhando em algo mais sofisticado — e talvez até mais revolucionário: aerodinâmica ativa com downforce gerado por pressão negativa.
Uma nova patente registrada recentemente revela um sistema curioso batizado de “Plenum Skirting for Powered Downforce”, algo como “saia de plenum para geração de força descendente”.
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O documento detalha uma solução inspirada nos lendários fan cars das pistas, como o Brabham BT46B da Fórmula 1, que literalmente sugavam o carro para o chão.
No caso da Stellantis, o projeto é voltado para carros de rua, e usa saias infláveis que se estendem da parte inferior do veículo — sem tocar o chão — para criar uma zona de baixa pressão sob a carroceria, aumentando a aderência.

Atuadores controlam essas saias conforme a inclinação e os movimentos do carro, impedindo o contato com o solo mesmo em pisos irregulares.
E claro: o sistema se desativa automaticamente quando a aerodinâmica natural já é suficiente, ou em velocidades baixas, onde não há necessidade de downforce.
A motivação para tudo isso? Segundo os engenheiros da Stellantis, os veículos elétricos de alto desempenho estão ficando tão rápidos, especialmente nas acelerações, que os pneus não conseguem mais lidar com tanto torque.
A tração deixou de ser limitada por motor ou câmbio — o limite agora é o próprio pneu. A solução: mais força para colar o carro no chão.

Ao contrário dos sistemas fixos de carros de corrida, esse conceito permite que o downforce seja “ligado e desligado” conforme o modo de condução. No dia a dia, o carro segue normal.
Mas, ao ativar o modo Sport ou Track, as saias entram em ação e grudam o carro no asfalto — ideal para curvas agressivas ou arrancadas com controle total.
Outro diferencial é que o sistema poderia trabalhar em conjunto com suspensões ativas, mantendo a altura e o ângulo do carro controlados para maximizar o efeito da saia.
Imagine um lançamento de arrancada onde a suspensão e a aerodinâmica trabalham juntas para garantir tração máxima desde o primeiro metro.
Mesmo ainda sendo apenas uma patente, a ideia tem potencial para redefinir o que entendemos por desempenho em supercarros elétricos.
É o tipo de inovação que coloca a Dodge — e por extensão, a Stellantis — à frente na briga por tornar os EVs não apenas mais rápidos, mas também mais controláveis e emocionantes de dirigir.
Porque potência, sozinha, já não basta.
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