A Stellantis confirmou que seu atual CEO, Carlos Tavares, deixará o cargo ao final de seu contrato em 2026, em meio a pressões de revendedores americanos e europeus.
A decisão coloca um ponto final nas especulações sobre uma possível extensão de contrato para Tavares, marcando uma mudança significativa na liderança da montadora.
O presidente da empresa, John Elkann, já havia iniciado a busca por um sucessor, embora existisse a possibilidade de Tavares continuar por mais tempo.
A saída de Tavares ocorre em um momento delicado para a Stellantis. Críticas à sua gestão têm sido frequentes, especialmente com relação à queda nos lucros da empresa.
Shawn Fain, presidente do sindicato United Auto Workers (UAW), chegou a afirmar que Tavares está fazendo um “péssimo trabalho” à frente do grupo automotivo.
Além disso, o executivo foi duramente criticado por revendedores europeus, principalmente por sua resistência em apoiar a flexibilização das metas de emissões na União Europeia.
Carlos Tavares assumiu o comando da PSA em 2014 e foi uma peça-chave na fusão entre o grupo francês e a Fiat Chrysler Automobiles, que culminou na criação da Stellantis.
Durante sua liderança, ele impulsionou o crescimento da empresa, mas também enfrentou desafios significativos, como a transição para veículos elétricos e a pressão crescente por metas ambientais mais rígidas.
Seu salário em 2023 foi de US$ 39,5 milhões, algo que gerou críticas e alimentou tensões com sindicatos.
Com a iminente saída de Tavares, a Stellantis anunciou uma série de mudanças na alta gestão. Antonio Filosa, atual CEO da Jeep, foi nomeado como o novo diretor de operações da América do Norte, enquanto Jean-Philippe Imparato substituirá Uwe Hochgeschurtz na chefia das operações na Europa.
Além disso, Natalie King, diretora de operações, deixará a empresa, sendo substituída por Doug Ostermann, que anteriormente atuou como diretor de operações da Stellantis China.
Outra mudança significativa é a saída de Davide Grasso da Maserati, com Santo Ficili assumindo como CEO da Maserati e Alfa Romeo.
Tavares comentou que, em um momento “darwiniano” para a indústria automotiva, é crucial que a Stellantis se prepare para o futuro de forma mais ágil e eficiente do que seus concorrentes, buscando oferecer mobilidade limpa, segura e acessível.
Ele também destacou a importância das mudanças na equipe de liderança para acelerar a transformação da Stellantis em uma empresa de tecnologia de mobilidade.
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