Stellantis volta com motor Hemi V8 na RAM e marca não consegue dar conta da demanda, de tão elevada

tim kuniskis
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Tim Kuniskis, CEO da Ram, celebrou nesta semana um ano de seu retorno à Stellantis com um motivo claro para comemorar: o inesperado sucesso do retorno do V8 Hemi 5.7 litros na Ram 1500.

Durante uma coletiva em Detroit, o executivo destacou que a aceitação do motor foi tão grande que a marca recebeu mais de 10 mil pedidos em apenas 24 horas após o anúncio da volta.

Segundo Kuniskis, o nome Hemi tem força própria e, para muitos consumidores, representa mais do que uma opção mecânica — é quase uma submarca dentro da Ram .

A comparação com o moderno motor Hurricane, um seis cilindros em linha 3.0 twin-turbo, deixa claro esse apelo emocional: as vendas do Hemi estão atualmente dobrando as do Hurricane, mesmo sendo tecnicamente inferior em desempenho.

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ram 1500 hemi 2026 8
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Enquanto o Hurricane entrega 426 cv e 63,3 kgfm, o V8 Hemi oferece potência menor e torque inferior, além de custar cerca de US$ 1.200 a mais como opcional.

Ainda assim, a demanda é tão alta que a montadora não consegue produzir os motores Hemi com a velocidade necessária para atender os pedidos.

Kuniskis reconheceu que, em um cenário ideal, gostaria de ter 100 mil motores Hemi adicionais para suprir o mercado, mas admitiu que, por enquanto, a produção ainda está “pingando” das linhas de montagem.

O resultado é uma limitação clara de disponibilidade: nas concessionárias, os consumidores provavelmente encontrarão apenas as versões Big Horn e Laramie equipadas com o V8.

Modelos como Warlock, Limited e Limited Longhorn com motor Hemi devem ser raros nas lojas, e a única saída para quem deseja exatamente essas versões pode ser a encomenda direta — e uma longa espera.

A situação levanta uma curiosa contradição: mesmo com um motor tecnicamente superior disponível — o Hurricane, com mais potência e torque — os consumidores seguem fiéis ao Hemi clássico.

Essa preferência mostra que o público da Ram ainda valoriza tradição, som do motor e confiabilidade percebida acima de números na ficha técnica.

Além disso, o sucesso do Hemi pode ser parcialmente atribuído à demanda reprimida, já que o motor havia sido temporariamente retirado de linha antes de retornar neste ciclo de produção.

A escolha do consumidor, no entanto, deixa a Ram em uma encruzilhada: apostar no motor mais moderno e eficiente ou investir em maior capacidade para produzir um V8 veterano que continua sendo objeto de desejo.

Apesar da limitação da oferta, Kuniskis se mostrou satisfeito com o cenário e acredita que a situação deve melhorar com o tempo, à medida que a produção se estabilize.

O mercado, por sua vez, mostrou que ainda há muito espaço para motores tradicionais, mesmo em um momento de transição rumo à eletrificação e tecnologias mais modernas.

No fim das contas, a volta triunfal do Hemi 5.7 não é apenas um aceno ao passado: é também um lembrete de que, no mundo das picapes, emoção e identidade ainda valem tanto quanto inovação.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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