O tão esperado carro “popular” da Tesla ainda vai demorar um pouco mais para chegar às ruas.
Segundo fontes internas ouvidas pela agência Reuters, a versão mais acessível do Model Y — codinome E41 — que será produzida nos Estados Unidos, teve seu lançamento adiado.
A promessa da empresa era iniciar a produção no primeiro semestre de 2025, mas agora a expectativa é que isso aconteça entre o terceiro trimestre e o início de 2026.
Apesar de não haver uma justificativa oficial para o adiamento, o fato é que essa versão mais enxuta do crossover elétrico mais vendido da Tesla é crucial para reverter a recente queda nas vendas globais da marca.
Só nos EUA, a Tesla pretende fabricar 250 mil unidades do E41 em 2026. A produção também está nos planos para Europa e China, onde o modelo deve ser lançado naquele mesmo ano, conforme já havia sido antecipado pela Reuters.
O novo Model Y será mais compacto e cerca de 20% mais barato de produzir em comparação à versão atual, que hoje parte de cerca de 49 mil dólares na configuração Long Range AWD (sem contar os créditos fiscais).
O plano da Tesla é posicionar esse modelo como uma opção mais viável para um público mais amplo, já que atualmente a marca não oferece nenhum modelo relativamente barato — e isso tem afetado diretamente suas vendas e participação de mercado.
Além do Model Y mais barato, a Tesla também estaria preparando uma versão simplificada do Model 3, seu sedã compacto, com menor nível de equipamentos para reduzir custos.
A Tesla enfrenta uma série de dificuldades.
A empresa registrou em 2024 sua primeira queda anual de entregas, e a previsão é que as vendas continuem em declínio em 2025.
O desgaste da imagem da marca, impulsionado pelas polêmicas declarações e alianças políticas de Elon Musk, também tem afugentado parte do público. Além disso, os modelos atuais estão envelhecendo, e há pouco entusiasmo no portfólio, sem novidades de baixo custo à vista.
O projeto de um carro elétrico de US$ 25 mil chegou a ser anunciado, mas foi engavetado para priorizar o desenvolvimento do robotáxi — outro plano ambicioso da Tesla, que ainda não saiu do papel.
Para complicar ainda mais, as tarifas de importação impostas pelo ex-presidente Donald Trump, que aplicou taxas de 25% sobre veículos e peças vindos de fora dos EUA, têm afetado toda a indústria automotiva.
A Tesla, por sua vez, tem aumentado sua produção local para reduzir a exposição aos impostos. Recentemente, inclusive, suspendeu o envio de componentes da China para os EUA para os projetos do Cybercab e do caminhão Semi por conta dessas tarifas.
Com as ações da empresa em queda e a concorrência cada vez mais agressiva no mercado de elétricos, o atraso do novo Model Y acessível coloca ainda mais pressão sobre a montadora.
A expectativa agora é de que Elon Musk traga respostas concretas durante a divulgação dos próximos resultados financeiros da Tesla. Até lá, o carro popular da Tesla continua sendo apenas uma promessa distante.
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