
A Tesla parece estar vivendo um daqueles momentos em que a imagem fala mais do que qualquer balanço financeiro: centenas de seus carros estão amontoados em um estacionamento abandonado nos Estados Unidos.
O local, que antes abrigava o movimentado shopping Chesterfield Mall em Westchester, Missouri, virou uma espécie de depósito a céu aberto dos veículos elétricos que ninguém comprou.
A cena já chama a atenção de moradores e, agora, desperta questionamentos sobre o futuro da empresa de Elon Musk.
Segundo informações divulgadas pela imprensa local, a Tesla firmou um contrato de 16 meses para alugar o espaço e está apenas no sexto mês do acordo.
Os carros começaram a ser transferidos para o terreno após o início da demolição do antigo shopping, sendo realocados para o antigo estacionamento da loja Dillard’s, uma das âncoras do centro comercial.
O motivo? A concessionária mais próxima, situada a apenas cinco quilômetros dali, não tem capacidade para guardar todo o estoque.
Embora não seja a primeira vez que a Tesla recorre a medidas assim — a prática já foi registrada em estados como Flórida e Michigan — o cenário atual levanta um alerta mais grave.
Há sinais de que a empresa enfrenta dificuldades para manter o ritmo de vendas. No primeiro trimestre deste ano, a montadora teve uma queda de 71% no lucro, e as vendas de abril nos Estados Unidos caíram 16% em comparação com o ano passado.
Para efeito de comparação, o mercado de carros elétricos como um todo recuou apenas 4,4% no mesmo período.
A presença de centenas de veículos parados há mais de um ano no mesmo lugar levanta suspeitas sobre um gargalo que vai além da logística. Imagens do Google Street View datadas de junho de 2023 já mostravam o pátio abarrotado.
Um caminhão-cegonha aparece na cena descarregando mais unidades, revelando que esse acúmulo não é recente.
A prática de armazenar carros em locais improvisados pode até ser comum na indústria automotiva, mas o caso da Tesla chama atenção por escancarar a diferença entre a produção e a real demanda.
Ao que tudo indica, a empresa pode estar fabricando mais do que o mercado está disposto a absorver. E com o fim do contrato de aluguel previsto para daqui a dez meses, a pergunta que fica é: para onde irão todos esses Teslas encalhados?
Enquanto isso, os consumidores e entusiastas do segmento seguem de olho nos próximos passos da montadora, que parece enfrentar uma nova fase — menos glamourosa, mais silenciosa e repleta de carros estacionados.
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