A Tesla Cybertruck tem gerado preocupações entre ativistas de trânsito na Europa, que alertam que o veículo é grande demais e perigoso para as estradas do continente.
Questões sobre a possibilidade de registro do primeiro exemplar da Cybertruck em solo europeu estão sendo levantadas, uma vez que as rígidas normas de segurança europeias proíbem veículos com bordas afiadas e exigem limitadores de velocidade para automóveis que ultrapassem 3,5 toneladas.
De acordo com o manual da Tesla, o veículo tem um peso bruto de 4 toneladas, o dobro do peso de um carro familiar típico, como um Ford Focus.
Algumas Cybertrucks já foram vistas em ruas europeias neste ano, o que intensificou os receios dos grupos de defesa da segurança.
Uma carta foi enviada à Comissão Europeia e às autoridades da República Tcheca, onde a questão do registro do veículo está sendo debatida. Organizações de transporte pedem que as Cybertrucks já registradas na União Europeia sejam retiradas das vias públicas.
James Nix, da organização sem fins lucrativos Transport & Environment, afirmou que as grandes picapes estão sendo importadas em número crescente, representando um risco para a segurança nas ruas europeias.
Embora o mercado europeu tenha seguido a tendência norte-americana de carros maiores, como os SUVs, as regulamentações de segurança e poluição na Europa têm freado a adoção de picapes ainda maiores.
No entanto, algumas das maiores picapes têm entrado no continente por uma brecha regulatória. Veículos importados podem ser registrados através de uma “aprovação individual de veículo”, que oferece menos rigor do que as “aprovações de tipo” que a maioria dos carros enfrenta.
Essa flexibilidade na regulamentação levanta dúvidas sobre se as Cybertrucks estão sendo registradas de maneira adequada.
Em julho, uma Cybertruck com peso vazio de 3,025 toneladas foi registrada na República Tcheca. Modificações foram feitas para adequar o veículo às normas de iluminação e suavizar suas bordas afiadas, mas ela ainda parece não cumprir as regras de peso.
Caso transportasse quatro passageiros e cargas pesadas, como móveis, o veículo ultrapassaria o limite de 3,5 toneladas, o que exigiria a instalação de um limitador de velocidade.
As autoridades tchecas, no entanto, afirmaram que o registro se enquadra na categoria N1, mas admitiram que o veículo não atende aos cálculos de peso estabelecidos nas fórmulas da regulamentação europeia de 2018.
Isso não impediu que o veículo fosse alugado para campanhas publicitárias e dirigido em outros países da União Europeia, como a Eslováquia, levantando dúvidas sobre a legalidade de veículos registrados por um Estado-membro serem conduzidos em outros.
Os ativistas ressaltam que o Cybertruck não atende aos padrões de segurança europeus e representa um perigo para outros usuários das estradas.
Estudos mostram que carros grandes e pesados têm maior probabilidade de causar mortes em colisões. Um aumento de 10 cm na altura frontal de um veículo, por exemplo, eleva o risco de fatalidade de pedestres em 22%, afetando principalmente mulheres, crianças e idosos.
O cofundador da Cybertruck.cz, Norton Slovak, argumenta que o Cybertruck é menos perigoso em termos de altura frontal do que muitos SUVs já presentes nas ruas europeias, e sugere que a União Europeia revise suas regras de peso para veículos elétricos, cujas baterias pesadas tornam os carros mais robustos, porém menos poluentes.
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