
Depois de muitas críticas e dúvidas sobre sua segurança, a Tesla finalmente tem motivos para comemorar com o polêmico Cybertruck.
O modelo elétrico da marca acaba de conquistar o cobiçado selo Top Safety Pick+ do IIHS (Instituto de Seguros para Segurança nas Estradas dos EUA), uma das certificações mais difíceis de se obter no mercado automotivo norte-americano.
É um marco importante para a picape futurista, que já foi motivo de ceticismo entre especialistas por causa de seu design agressivo e corpo feito em aço inox rígido.
No entanto, como tudo que envolve a Tesla, há importantes observações a se fazer.
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O selo de segurança máximo só se aplica aos Cybertrucks fabricados a partir de abril de 2025.

Unidades anteriores não possuem as atualizações estruturais que permitiram ao modelo atingir a pontuação exigida, como a nova estrutura do assoalho e reforços na área dos pés.
Essas mudanças foram decisivas para que a picape obtivesse notas Good nos testes de colisão frontal com sobreposição pequena — tanto no lado do motorista quanto do passageiro —, um dos cenários mais críticos avaliados pela entidade.
Nos testes de impacto lateral, atualizados em 2024 para refletir o risco crescente com SUVs e picapes mais pesados e altos, o Cybertruck também se saiu bem, com nota Good.
Outros critérios essenciais para a premiação também foram superados: os faróis de LED receberam avaliação positiva, os pontos de fixação de cadeirinhas infantis passaram nos testes e o sistema de prevenção de atropelamentos por pedestres demonstrou bom desempenho — ao menos dentro dos padrões dos EUA.
Apesar da vitória nos Estados Unidos, a situação na Europa continua delicada.

O Cybertruck não cumpre os rigorosos padrões europeus de proteção a pedestres e ciclistas, que exigem superfícies mais deformáveis e design externo com absorção de energia em caso de impacto.
Com suas linhas angulares e carroceria rígida de aço inox, o modelo teria que passar por uma reformulação profunda para ser homologado no continente.
Segundo o vice-presidente de engenharia veicular da Tesla, Lars Maravy, o aço inox usado tem apenas 1,4 mm de espessura, o que impossibilita cumprir a exigência de arredondamento mínimo de 3,2 mm em partes externas salientes — uma exigência obrigatória na UE.
Além disso, o peso elevado do Cybertruck traz outro entrave: em países como o Reino Unido, veículos com mais de 3.500 kg exigem uma carteira especial do tipo C1, voltada para veículos comerciais médios.
Há ainda desafios técnicos ligados ao uso de direção steer-by-wire, ausência de retrovisores tradicionais e a geometria dos para-choques — todos elementos que não atendem às normas europeias vigentes.
Enquanto isso, a Tesla segue firme com as vendas do Cybertruck exclusivamente na América do Norte, onde agora pode exibir com orgulho o selo de segurança mais prestigiado do país.
Resta saber se a marca está disposta a fazer as modificações profundas exigidas para conquistar o mercado europeu — ou se o Cybertruck continuará sendo um símbolo de tecnologia de ponta com alcance restrito.
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