
A Tesla confirmou que abandonou os planos de lançar o extensor de autonomia para o Cybertruck, acessório que prometia aumentar significativamente a autonomia da picape elétrica.
A empresa já começou a devolver os depósitos de US$ 2.000 feitos por clientes interessados, encerrando de vez a proposta de oferecer um “range extender” de US$ 16.000.
Quando a versão final do Cybertruck foi revelada no fim de 2023, duas grandes decepções chamaram a atenção: o preço e a autonomia ficaram bem abaixo do prometido inicialmente.
A configuração tri-motor, que era a mais esperada pelos clientes, prometia 800 km de alcance por cerca de US$ 70 mil.
No mundo real, o modelo é vendido por US$ 100 mil e entrega apenas 512 km.

Já a versão de dois motores, que deveria custar US$ 50 mil com 480 km, chega ao mercado por US$ 80 mil, com autonomia quase idêntica à do modelo topo de linha.
A alternativa para mitigar essa frustração era o tal extensor de autonomia — uma bateria extra instalada na caçamba que tomaria um terço do espaço útil e exigiria instalação em um centro de serviço da Tesla.
Em teoria, o acessório elevaria a autonomia para mais de 750 km na versão dual motor, número que depois foi revisado para 712 km.
O lançamento, inicialmente previsto para “início de 2025”, foi adiado para “meados de 2025”, mas acabou desaparecendo do configurador do site da Tesla no mês passado, alimentando rumores de que o projeto havia sido arquivado.
Agora, os rumores se confirmaram.

Em um e-mail enviado a quem havia reservado o acessório, a Tesla foi direta: “Não estamos mais planejando vender o extensor de autonomia para o Cybertruck. Como resultado, iremos reembolsar integralmente o seu depósito.”
A decisão reforça uma realidade incômoda para a empresa: o Cybertruck está longe de ser o sucesso comercial esperado.
Passado mais de um ano desde o início das entregas, a Tesla acumula milhares de unidades paradas em estoque e enfrenta dificuldades para manter uma produção significativa.
Mesmo com cortes de preço e a chegada da versão RWD, que já sacrifica recursos para reduzir custos, o apelo do modelo parece ter ficado limitado a um nicho.
No fim, o extensor de autonomia se tornou mais um capítulo na lista de promessas não cumpridas da Tesla em relação ao Cybertruck.
O produto já parecia inviável desde o início — custando caro, comprometendo o espaço de carga e exigindo instalação especializada.
E com a própria picape enfrentando baixa demanda, manter uma linha paralela de baterias adicionais simplesmente não fazia mais sentido.
A Tesla não comentou oficialmente os motivos que levaram ao cancelamento, mas tudo indica que a combinação de baixa adesão, complexidade logística e viabilidade comercial foram decisivas.

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