
A crise de imagem da Tesla segue se agravando, agora com reflexos em eventos internacionais.
A montadora foi retirada da lista de expositores do Salão Internacional do Automóvel de Vancouver, no Canadá, por questões de segurança, após uma série de protestos e atos de vandalismo direcionados à marca e seus veículos.
A decisão veio depois de, segundo os organizadores, a empresa ter recebido “diversas oportunidades para se retirar voluntariamente” — mas, como de costume, a resistência típica das empresas lideradas por Elon Musk falou mais alto.
O evento, que conta com mais de 200 modelos expostos ao longo de cinco dias, reúne montadoras como Cadillac, Ford, Hyundai, Chevrolet e Toyota.
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Até a manhã do dia 18 de março, a Tesla ainda aparecia no site oficial do evento, mas foi removida na parte da tarde, segundo apurou o jornal Vancouver Sun.

Em nota, o diretor executivo do salão afirmou que “a principal preocupação é a segurança dos visitantes, expositores e da equipe”. Dado o atual clima político entre Canadá e Estados Unidos, a decisão parece ter sido mais preventiva do que polêmica.
A presença da Tesla no evento despertou a ira de muitos canadenses, especialmente após uma série de declarações de Elon Musk.
Em fevereiro, o bilionário afirmou na rede X (ex-Twitter) que “o Canadá não é um país de verdade”, o que motivou uma petição exigindo o cancelamento de sua cidadania canadense.
De acordo com a CNN, o documento já ultrapassou 375 mil assinaturas. Musk possui passaporte canadense desde a adolescência, concedido graças à sua mãe, nascida na província de Saskatchewan.
Sua atuação como conselheiro sênior de Donald Trump no controverso Departamento de Eficiência Governamental, aliado às tarifas impostas por Trump a produtos canadenses, não contribui para acalmar os ânimos.
O jornal conversou com Jen Gagnon, cidadã com dupla nacionalidade e uma das líderes do protesto batizado de “Tesla Takedown”, realizado no último fim de semana em Surrey, na Colúmbia Britânica.
“O resumo é: eu quero que eles sejam retirados”, disse Gagnon. Ela também relatou que desde a eleição de Trump sente-se impotente diante da escalada de retrocessos sociais e políticos.
Além do Canadá, manifestações contra a Tesla têm ocorrido também em outras partes da América do Norte e da Europa, com foco no vínculo cada vez mais próximo entre Musk e o governo Trump.
Os protestos não se restringem a palavras: concessionárias foram vandalizadas, veículos danificados e clientes têm buscado alternativas à marca.
Dado o clima atual, não seria surpreendente ver outros salões ao redor do mundo seguindo o exemplo de Vancouver.
Com a imagem de Musk cada vez mais associada a discursos extremistas, nacionalistas e polêmicas políticas, o impacto sobre a Tesla já é visível em suas vendas, reputação e aceitação pública.
Se nada for feito internamente para rever a liderança da empresa, é difícil imaginar que o cenário melhore a curto prazo. Afinal, não é todo mundo que quer comprar um carro de uma empresa cujo CEO sugere que seu país “não deveria existir”.
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