Os EUA impuseram uma sobretaxa de 100% para carros elétricos chineses de modo a preservar a indústria americana, enquanto a Europa se encaminha na mesma direção, buscando barrar a entrada desses veículos com preços menores.
O fato deveria ser comemorado por figuras como Elon Musk e Carlos Tavares, CEOs de Tesla e Stellantis, respectivamente, porém, isso não é o que acontece. Na opinião dos dois, a sobretaxa é um erro.
Elon Musk, no começo do ano, dependeu a taxação de carros chineses ao alertar que as marcas daquele país demolirão os fabricantes ocidentais, porém, o chefe da Tesla retrocedeu e mudou de opinião, segundo a Reuters.
Musk agora fala que a taxação diferenciada é prejudicial ao mercado. Elon disse: “Nem a Tesla, nem eu pedimos essas tarifas, na verdade, fiquei surpreso quando elas foram anunciadas. Coisas que inibem a liberdade de troca ou distorcem o mercado não são boas”.
O bilionário falou ainda: “A Tesla compete muito bem no mercado da China, sem tarifas e sem apoio diferente. Sou a favor da ausência de tarifas”.
Em janeiro, Musk disse que a Chinan “demoliria a maioria das outras empresas automobilísticas do mundo”. Para Carlos Tavares, o chefe da Stellantis, a sobretaxa é “uma grande armadilha para os países que seguem esse caminho”.
O motivo para sua afirmação é que, na visão de Tavares, a imposição de tarifas maiores impedem que os fabricantes ocidentais tenham que desenvolver novas tecnologias e processos para competir com os chineses, atrasando suas evoluções.
De fato, vários fabricantes acabariam mantendo as velhas linhas, enquanto blindados comercialmente contra os chineses. Estes, porém, continuarão sua evolução e num determinado momento.
Tavares explicou: “Quando se luta contra a concorrência para absorver 30% da vantagem competitiva de custos a favor dos chineses, há consequências sociais. Mas os governos, os governos da Europa, não querem enfrentar essa realidade neste momento”.
O executivo português disse mais: “Não estamos falando de um período darwiniano, estamos nele. Isto não será fácil para os concessionários. Não será fácil para os fornecedores. Não será fácil para os OEM. Como sabemos na Europa, toda a gente fala em mudança, desde que a mudança seja para outro alguém.”
Sócia da Leapmotor, a Stellantis quer fazer parte do jogo, conforme explicou Tavares: “Tentaremos ser nós próprios chineses, o que significa que em vez de sermos puramente defensivos face à ofensiva chinesa, queremos fazer parte da ofensiva chinesa”. Isso serve também para o Brasil.
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