A Tesla está no meio de mais uma polêmica internacional, e desta vez a crise veio da Austrália.
Cerca de 10 mil donos de veículos da marca entraram em uma ação coletiva contra a montadora, acusando a empresa de falhas técnicas perigosas, publicidade enganosa e promessas não cumpridas.
O caso foi oficialmente levado à Justiça Federal australiana e pode se tornar um dos maiores processos já enfrentados pela Tesla fora dos Estados Unidos.
O principal problema relatado pelos consumidores é o chamado freio fantasma, quando o carro reduz a velocidade bruscamente sem qualquer comando do motorista. O fenômeno acontece até mesmo com o Autopilot desligado, o que surpreendeu muitos donos.
Há relatos de frenagens súbitas em rodovias com o tráfego fluindo normalmente, o que teria causado colisões em alguns casos.
Segundo os advogados que conduzem a ação, diversos motoristas descreveram situações em que se sentiram completamente apavorados quando seus carros frearam repentinamente a 100 ou 110 km/h.
Além do problema com a frenagem inesperada, a ação também acusa a Tesla de inflar a autonomia dos veículos.
Muitos proprietários afirmam que os carros não chegam nem perto do alcance anunciado quando a bateria está acima de 50% de carga, o que colocaria em xeque a confiabilidade das informações fornecidas pela empresa no painel e nos materiais publicitários.
A acusação é de que a Tesla tem conhecimento dessa limitação há anos, mas nunca teria tomado providências para corrigir os dados ou atualizar seus sistemas.
Outro ponto abordado no processo diz respeito ao hardware do Autopilot.
Os autores da ação alegam que os veículos são anunciados como prontos para direção autônoma total ou quase isso, mas que o conjunto tecnológico atual dos carros não suporta essa funcionalidade. Ou seja, trata-se de uma promessa de futuro vendida como presente.
Apesar de mais de 10 mil pessoas já terem aderido à ação coletiva, o governo australiano só recebeu oficialmente seis reclamações formais sobre o freio fantasma.
A discrepância levanta dúvidas sobre o sistema de registro de queixas, mas não minimiza o número crescente de relatos de falhas parecidas entre os motoristas do país.
Esse movimento jurídico na Austrália acontece num momento delicado para a Tesla, que também enfrenta processos nos Estados Unidos e na Europa envolvendo os mesmos temas: freada repentina, autonomia inferior ao prometido e a capacidade real do sistema de condução autônoma.
A empresa ainda não se manifestou publicamente sobre o caso australiano, mas o crescimento do número de processos e o volume de participantes na ação coletiva indicam que os problemas com os carros da marca deixaram de ser casos isolados para se tornarem um desafio global.
A depender do desenrolar dessa ação judicial, a Tesla poderá ser obrigada a revisar suas práticas comerciais e técnicas na Austrália, além de enfrentar custos elevados com indenizações.
O caso também reacende o debate sobre até que ponto a tecnologia automotiva atual está pronta para cumprir as promessas que vêm sendo feitas ao consumidor.
Enquanto isso, para milhares de proprietários, a experiência de dirigir um carro elétrico de ponta tem se transformado em motivo de frustração e apreensão.
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