Mais uma polêmica se forma em torno da Tesla e seu tão comentado Cybertruck.
A fabricante confirmou que não irá mais oferecer o recurso Autosteer — que faz parte do pacote Autopilot — para os donos da picape elétrica que não adquirirem o caro pacote Full Self-Driving (FSD).
Em outras palavras: um recurso que foi anunciado como incluso no preço do veículo simplesmente não será mais entregue, a não ser que o consumidor desembolse US$ 8.000 adicionais.
Quando a Tesla começou a entregar as primeiras unidades do Cybertruck, no fim de 2023, os veículos vinham com o software incompleto, especialmente no que diz respeito aos sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS).
O Autopilot padrão prometia duas funcionalidades principais: o controle de cruzeiro adaptativo (Traffic-Aware Cruise Control) e o Autosteer, responsável por manter o veículo centralizado na faixa — uma função básica já presente em vários carros concorrentes.
No entanto, 16 meses após as primeiras entregas, o Autosteer continua ausente do Cybertruck. E agora, em vez de corrigir essa omissão, a Tesla está mudando as regras do jogo.
A empresa começou a enviar comunicados aos proprietários informando que o Autosteer não estará disponível “fora do Full Self-Driving (Supervisionado)”, oferecendo em troca um “presente”: um ano gratuito do FSD supervisionado — desde que o usuário assine o serviço até 6 de junho de 2025.
O comunicado oficial enviado aos donos do Cybertruck afirma:
“À medida que melhoramos nossa tecnologia Autopilot, nossos pacotes de recursos também evoluem. Assim, o Autosteer não estará disponível para o Cybertruck fora do Full Self-Driving (Supervisionado). Como forma de agradecimento por ser um dos primeiros a adotar o Cybertruck, estamos oferecendo um teste gratuito de um ano do Full Self-Driving (Supervisionado).”
A Tesla também destaca que, mesmo cancelando a assinatura após ativar o teste, o cliente continuará com acesso ao FSD por 12 meses.
I’m in! 👍🏻
Anyone else get this FREE 1 year FSD Trial for your Cybertruck? pic.twitter.com/PwXLVLE0qY
— Marc Benton (@marc_benton) May 7, 2025
Mas há um problema sério:
Muitos clientes compraram a picape com base na promessa clara de que o Autopilot — incluindo o Autosteer — estava incluído no valor total do veículo, que varia de US$ 80.000 a US$ 100.000 nas versões não “Foundation Series”.
Agora, a montadora está essencialmente dizendo que a função só será disponibilizada dentro do pacote FSD supervisionado, revertendo o que foi anunciado e vendido inicialmente.
Essa movimentação está sendo duramente criticada por analistas e veículos especializados, que classificaram a decisão como uma “manobra inaceitável”.
Afinal, o Autosteer foi anunciado como parte do pacote básico. Forçar os proprietários a pagar por um pacote completo para acessar uma função prometida é, para muitos, uma prática enganosa.
Além disso, esse tipo de atitude expõe um padrão recorrente da Tesla: a constante reconfiguração de recursos por meio de atualizações e políticas de software, que nem sempre respeitam o que foi prometido no ato da compra.
Ao atrelar funções básicas a pacotes caros ou serviços por assinatura, a empresa levanta questões éticas sobre transparência e respeito ao consumidor.
Para os fãs e clientes da Tesla, fica o alerta: mesmo com toda a inovação e o apelo de tecnologia de ponta, a política da marca pode deixar funcionalidades essenciais fora do alcance — a menos que você esteja disposto a pagar mais por algo que, tecnicamente, já era seu.
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