A Tesla resolveu se aventurar no mundo da gastronomia com a abertura de uma lanchonete temática em Los Angeles — e o resultado é uma mistura de ficção científica retrô, preços inflacionados e escolhas culinárias pra lá de duvidosas.
Inspirada em dineres clássicos dos anos 50 com um toque futurista à la Star Wars, a Tesla Diner promete ser ao mesmo tempo um drive-in com carregadores para EVs, um point de fast-food gourmet e, ao que tudo indica, um lugar perfeito para memes.
A lanchonete mal abriu as portas e já passou por mudanças no cardápio: sorvetes e milk-shakes foram retirados, levantando suspeitas de problemas técnicos estilo McDonald’s.
O que sobrou é uma seleção de pratos que tenta parecer elevada, mas entrega fast-food com preços de restaurante chique.
O “Tesla Burger” custa US$ 13,50 (cerca de R$ 75) e é uma releitura genérica do clássico smash burger. O pão é o mesmo da Shake Shack, os ingredientes são básicos, e o visual do sanduíche real tem deixado muito a desejar, segundo os primeiros clientes.
O hot dog segue a mesma linha absurda: US$ 13 por uma salsicha com mostarda e relish, acompanhada por míseras batatinhas chips e um pão sem sequer ser tostado.
As carnes usadas são 100% bovinas, como o chorizo do taco matinal, mas há zero variedade de proteína.
E o preço não para por aí. O “Epic Bacon” — nome que parece ter saído direto de um meme de 2010 — custa US$ 12 (quase R$ 65) por quatro tiras de bacon com maple e pimenta. E não, não é brincadeira.
As batatas fritas são preparadas com sebo bovino, numa onda que segue a cruzada contra os “óleos vegetais vilões” promovida por figuras como Robert F. Kennedy Jr.
O sabor pode até agradar alguns paladares, mas o risco à saúde é evidente, e o resultado não supera as fritas mais saudáveis e saborosas do Five Guys, por exemplo.
E se você achou tudo isso surreal, espere até ver o chili. A estrela mais questionável do menu é o “Wagyu Chili” — um ensopado feito com carne moída de wagyu, o tipo de carne mais valorizado do mundo, conhecido por seu marmoreio e sabor intenso.
Mas quando se mói wagyu, todo esse diferencial se perde. Ou seja, estão usando um nome sofisticado só para justificar um potinho de chili a US$ 8. E, claro, tudo coberto por um molho de queijo amarelo artificial, cortesia da empresa do próprio chef da casa, Eric Greenspan.
Ah, e os tacos de café da manhã? Cobertos com queijo tipo “americano”, sem sinal de salsa, guacamole ou qualquer toque autêntico. Em plena Los Angeles, capital dos tacos de rua, isso beira o ofensivo.
Com avaliações já negativas e fotos nada apetitosas circulando pelas redes, a Tesla Diner parece mais um projeto alimentado por nostalgia cafona e vaidade de bilionário do que uma verdadeira experiência gastronômica.
Um cardápio que tenta parecer moderno, mas serve comida digna de cantina escolar — por preços que fariam qualquer gourmet revirar os olhos.
[Fonte: Jalopnik]
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