
A Tesla finalmente revelou seu aguardado “Master Plan Parte 4” — mas quem esperava um roteiro claro para o futuro da marca acabou recebendo um manifesto vago, recheado de palavras da moda, promessas utópicas e um robô que não consegue nem servir pipoca por muito tempo.
Desde 2006, Elon Musk publica seus chamados “planos mestres” com o objetivo de traçar a missão de longo prazo da Tesla.
As versões anteriores apresentavam estratégias concretas: primeiro um esportivo elétrico, depois carros acessíveis, seguido por uma transição energética em escala. Mas desta vez, a Tesla parece ter trocado o volante pela bola de cristal.
O novo documento, divulgado na rede social X, foca em um conceito chamado “abundância sustentável”, viabilizado por inteligência artificial e robótica.
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O texto fala sobre crescimento infinito, tecnologias que eliminam escassez e um futuro onde máquinas fazem o trabalho enquanto as pessoas “fazem o que amam”.

No centro dessa visão está o robô humanoide Optimus, que a Tesla afirma estar “mudando a percepção do trabalho”. Na prática, porém, a história é bem menos inspiradora.
O único uso real demonstrado até agora foi em um restaurante da própria Tesla, em Los Angeles, onde o robô deveria servir pipoca. Funcionou por algumas horas no primeiro dia e, desde então, está fora de operação há mais de um mês, segundo relatos.
Enquanto isso, o restante do “plano” oferece mais retórica do que soluções: termos como “prosperidade global”, “crescimento democrático” e “unificação entre hardware e software” aparecem com frequência, mas quase nada é dito sobre produtos reais, prazos ou metas tangíveis.
E vale lembrar que o próprio Musk admitiu recentemente que o “Master Plan Parte 2”, lançado em 2016, ainda não foi concluído.
O plano anterior, divulgado em 2023, falava sobre “escalar a produção” — o que não se concretizou, já que as vendas de veículos da Tesla começaram a cair justamente naquele ano.
A crítica mais contundente veio do site especializado Electrek, que classificou o novo plano como um “delírio utópico recheado de buzzwords”.
Para eles, a Tesla está se afastando de sua realidade como fabricante de veículos e mergulhando de cabeça na onda das ações de empresas de IA — tudo isso em um momento em que as vendas caem, os lucros diminuem e o CEO parece cada vez mais distante do chão de fábrica.
Elon Musk construiu uma empresa que mudou a indústria automotiva, é verdade. Mas agora, mais do que nunca, os investidores e fãs da Tesla querem menos discursos inspiradores e mais robôs que funcionem de verdade.
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