Tesla Model X puxando avião: Impressionante, mas nem tanto (Por que isso não é nada especial)

tesla rebocando aviao
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A Tesla chamou atenção do mundo ao usar um Model X para rebocar um avião comercial, mais precisamente um Boeing 787-9 da Qantas, por pouco menos de 300 metros.

Na época, o feito foi alardeado como um marco histórico, sendo o primeiro reboque de um avião de passageiros feito por um veículo elétrico de produção.

A imagem realmente impressiona, com o SUV puxando um gigante dos céus em uma pista de aeroporto, como se fosse algo quase impossível. Mas quando se analisa tecnicamente o que foi feito, a realidade é bem menos glamourosa.

O grande equívoco está na ideia de que o peso total do avião é o principal desafio. O Boeing 787-9 pesa cerca de 130 toneladas, mas o que importa mesmo nesse tipo de tarefa é a força necessária para vencer a resistência ao rolamento dos pneus .

Essa resistência, em condições ideais de pista e calibragem, é surpreendentemente baixa. Isso significa que, apesar do tamanho do avião, a força real exigida para colocá-lo em movimento é bem menor do que se imagina.

No caso do avião rebocado pela Tesla , o esforço equivalia a pouco mais de duas toneladas, valor que o Model X suporta dentro de sua capacidade nominal.

E essa não foi a primeira vez que um veículo rebocou um avião. Marcas como Volkswagen e Chevrolet já realizaram esse tipo de ação promocional no passado com modelos movidos a diesel ou gasolina.

Além disso, até mesmo seres humanos já foram capazes de rebocar aeronaves de grande porte, como no caso de um homem no Canadá que puxou um avião militar de mais de 180 toneladas usando apenas a força física.

O que Tesla fez, portanto, foi uma jogada de marketing extremamente bem executada. O SUV elétrico impressiona com seu torque imediato e sua tração integral, o que facilita esse tipo de manobra em curta distância e sem inclinação.

Mas esse tipo de façanha pouco tem a ver com a capacidade de reboque real em condições normais de estrada, onde fatores como inclinação, temperatura, durabilidade de componentes e capacidade de frenagem entram na conta.

Mesmo que tenha sido o primeiro veículo elétrico de produção a fazer esse tipo de manobra com um avião comercial, o feito não representa nenhum avanço significativo em engenharia automotiva.

Foi uma forma criativa de gerar manchetes e vídeos virais, mas que não reflete a complexidade envolvida em testes reais de capacidade de reboque que os veículos devem cumprir no dia a dia.

Em outras palavras, puxar um avião em linha reta em uma pista plana pode até parecer espetacular, mas é um show de aparência com pouca substância técnica.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.