Depois de anos prometendo que seus clientes poderiam transformar seus carros em fontes de renda, a Tesla finalmente estreou seu tão esperado serviço de robotáxi — mas com um detalhe que deixou muita gente irritada: quem lucra com o sistema, por enquanto, é apenas a própria montadora.
A empresa começou a cobrar US$ 4,20 por corrida em Austin, no Texas, enquanto os donos que pagaram até US$ 15 mil pela função Full Self-Driving (FSD) seguem sem retorno algum.
O software de direção autônoma da Tesla vem sendo vendido desde 2016 com a promessa de que, um dia, os veículos poderiam operar sozinhos e gerar dinheiro para os proprietários enquanto eles estivessem no trabalho, dormindo ou curtindo as férias.
Elon Musk chegou a dizer que os carros seriam capazes até de cruzar os Estados Unidos sozinhos. Nada disso aconteceu até hoje.
O lançamento do serviço em Austin, batizado de robotáxi, é bem mais modesto do que se imaginava. Apenas cerca de dez carros estão circulando, todos com um funcionário da Tesla no banco do passageiro e operadores remotos de prontidão para qualquer imprevisto.
Apesar disso, a empresa já cobra pelas viagens, algo que concorrentes como Waymo e Cruise só fizeram após longos períodos de testes sem cobrança.
A cobrança de US$ 4,20 por viagem chamou atenção pelo número simbólico — uma referência recorrente de Musk —, mas a real polêmica está no fato de que os clientes da Tesla ainda não podem usar a função que compraram com esse mesmo objetivo.
Ou seja, o sistema é bom o suficiente para gerar receita para a Tesla, mas não para ser liberado a quem já pagou por ele.
Musk afirmou em 2019 que os carros da Tesla seriam ativos que se valorizariam com o tempo graças à direção autônoma.
Em vez disso, os donos agora assistem à montadora lucrar com um sistema incompleto, com geofencing, horários restritos e presença obrigatória de supervisão humana.
A promessa de que os veículos se tornariam autônomos de forma instantânea com uma simples atualização de software ainda não se concretizou.
E enquanto isso não acontece, os primeiros a acreditarem na visão da Tesla são justamente os que mais têm motivos para se sentir enganados.
[Fonte: Electrek]
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