
Em um momento em que enfrenta diversas investigações regulatórias e ações judiciais por mortes supostamente causadas por seu sistema de direção autônoma, a Tesla decidiu surpreender mais uma vez — e não exatamente de forma positiva.
A montadora de Elon Musk reacendeu a polêmica ao relançar o modo de direção chamado “Mad Max” no seu sistema Full Self-Driving (Supervisionado), função que já demonstrou ignorar limites de velocidade e avançar sinais de parada.
O modo, que havia sido introduzido pela primeira vez ainda em 2018 durante os testes do antigo Autopilot, volta agora com o pacote FSD v14.1.2, liberado dias após a chegada da versão 14 com o chamado “Sloth Mode”, voltado para uma direção mais lenta.
Agora, o “Mad Max” surge como o oposto: mais rápido, mais ousado e com trocas de faixa ainda mais frequentes. A Tesla descreve o modo como sendo mais agressivo do que o já veloz “Hurry”.
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A escolha do nome, inspirada na famosa franquia de filmes pós-apocalípticos, onde motoristas agem de forma imprudente em estradas caóticas, já é por si só controversa.
Mas o problema vai além do marketing provocador: usuários que testaram a nova função relatam que o sistema está ultrapassando os limites de velocidade em mais de 25 km/h e realizando “rolling stops”, prática em que o veículo não para totalmente em sinais de pare.
Vale lembrar que, em 2022, a Tesla foi obrigada a realizar um recall do FSD Beta justamente por conta dessa prática.
Mesmo assim, a empresa volta a introduzir comportamentos semelhantes em plena fase de revisão de sua tecnologia pela NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos EUA), que já abriu quatro investigações diferentes só no último ano envolvendo o FSD.
Além disso, a Tesla enfrenta um processo do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia por alegações enganosas em relação aos nomes “Autopilot” e “Full Self-Driving”, que induziriam consumidores a acreditarem que o carro é mais autônomo do que realmente é.
Em meio a tudo isso, lançar um modo chamado “Mad Max” não parece exatamente sensato.
Críticos apontam que a Tesla continua se esquivando de responsabilidade legal, já que seu sistema de assistência avançada ao condutor exige que o motorista permaneça atento e pronto para assumir o controle a qualquer momento.
Isso, no entanto, não impede que o marketing e a forma como essas funções são promovidas levem os usuários a confiar demais no sistema.
Especialistas alertam que modos como o “Mad Max” promovem uma falsa sensação de segurança, especialmente quando descritos como “assertivos, mas seguros”. Na prática, o risco de erros graves permanece alto.
E quando esses erros acontecem, a culpa não recai sobre a Tesla, mas sobre o motorista que deveria estar atento.
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