Nenhum bilionário fez mais por Donald Trump nas últimas eleições presidenciais dos EUA do que Elon Musk.
O líder da Tesla e SpaceX investiu pesadamente na campanha de Trump e agora espera que essa aliança traga retornos estratégicos ou, em caso de discordâncias, que a aposta não acabe saindo cara.
Além de conquistar um forte aliado na Casa Branca, Musk vislumbra um papel direto na administração de Trump, com poderes para revisar e cortar gastos governamentais.
Em discurso, Trump exaltou Musk como um “supergênio” e disse que é necessário “proteger nossos gênios”, indicando a importância que vê no empresário.
Logo após a confirmação da vitória de Trump, as ações da Tesla dispararam, subindo 15% no mercado norte-americano, à medida que investidores apostam nos benefícios de uma eventual retomada republicana no governo.
Musk comemorou o resultado nas redes sociais, destacando o recorde de atividade em sua plataforma X e postando uma foto bem-humorada sua levando uma pia ao Salão Oval, referência a uma ação similar quando assumiu o controle do Twitter.
Nos últimos meses, Musk atuou como um dos maiores aliados de Trump, usando o X para promover o candidato, realizando eventos em estados decisivos como a Pensilvânia e aparecendo em comícios ao lado de Trump, recebendo até mais destaque que o vice na chapa, JD Vance.
No total, Musk destinou mais de US$ 130 milhões para impulsionar candidatos republicanos em disputas competitivas para o Congresso, consolidando-se como um dos principais financiadores do partido.
No dia da eleição, Musk ainda viajou para acompanhar Trump e sua família na contagem de votos em Mar-a-Lago, na Flórida, onde foi fotografado ao lado do ex-presidente e de Dana White, CEO do UFC.
Com a administração de Trump, Musk espera garantir novos ganhos financeiros.
Seus empreendimentos, como a SpaceX, têm contratos multimilionários com a NASA e o Departamento de Defesa, enquanto a Tesla aposta alto na regulamentação de robôs autônomos, um projeto ambicioso que enfrenta barreiras regulatórias nos Estados Unidos.
Com Trump no poder, Musk vê a chance de acelerar esses processos e simplificar as regulamentações que afetam suas empresas, áreas nas quais ele já criticou publicamente a burocracia e as demoras das agências federais.
Durante a campanha, Musk sugeriu a criação de um cargo voltado para a eficiência governamental, com o objetivo de reduzir os custos da administração pública, ideia prontamente aceita por Trump.
O ex-presidente até apelidou a função de “Secretário de Corte de Custos”, enquanto Musk brincou, chamando-a de “Departamento de Eficiência Governamental”, ou DOGE, numa referência bem-humorada à criptomoeda Dogecoin, que ele frequentemente promove.
Os interesses de Musk vão além de ganhos financeiros. Em suas redes, o empresário não hesita em compartilhar teorias e informações polêmicas, incluindo discursos críticos à imigração, alinhando-se às ideias de Trump.
No entanto, a parceria entre os dois pode enfrentar desafios.
Ambos são conhecidos por personalidades fortes, e o histórico de Trump de romper laços com aliados é notório. Em temas como os carros elétricos, por exemplo, pode haver atritos: enquanto Tesla se beneficiou de subsídios da era Biden, Trump já sinalizou sua intenção de reverter essas políticas.
No entanto, seja qual for o desenrolar dessa relação, Musk sai fortalecido deste ciclo eleitoral com uma máquina política que poderá usar para impulsionar suas empresas e apoiar políticas que considera prioritárias.
Sua entrada definitiva no cenário político norte-americano marca uma nova fase, onde o bilionário não apenas apoia causas, mas busca moldar diretamente as políticas que afetam seu vasto império.
[Fonte: AutoNews]
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