Teste da Nova Ford Ranger Raptor: Salto qualitativo

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Nas trilhas ou no asfalto, a performance dinâmica da picape Ford Ranger Raptor impressiona em cada detalhe

A Ford Ranger Raptor foi disponibilizada para pré-venda no Brasil, por R$ 448.600 – mas as 400 unidades disponíveis no lote inicial se esgotarem em poucas horas. Segundo a Ford, metade será entregue aos clientes até fevereiro e as demais até maio.

As pré-vendas continuam abertas e a demanda permanece elevada. O preço reitera o posicionamento da Raptor na linha de picapes da Ford, entre a Ranger 2024 Limited (R$ 339.990 completa) e a grande F-150 Lariat (R$ 479.990).

Produzida em Rayong, na Tailândia, a Raptor completa a gama da Ranger, que já conta com as versões XL, XLS, XLT e Limited, todas importadas da Argentina.

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A configuração mais extrema da picape média é inspirada nos veículos de competição no deserto e dotada de tecnologias radicais em motorização e equipamentos todo-terreno.

A Ranger Raptor incorpora o que há de mais avançado na motorização, potência, nos equipamentos e na vocação off-road.

As dimensões são próximas às da Ranger convencional: 5,36 metros de comprimento (um centímetro a mais), 1,92 metro de altura (quatro centímetros a mais), e 1,71 de bitola (9 centímetros a mais), mantendo os 2,20 metros de largura (com espelhos) e os 3,37 metros de entre-eixos.

A versão é disponível nas cores Laranja Saara (a do modelo testado), Azul Belize, Preto Astúrias, Branco Nevada e Cinza Diamantina. Na grade, quatro imensas letras do nome “Ford” aparecem em alto relevo em lugar do tradicional logo oval e azul.

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O conjunto óptico frontal traz faróis inteligentes Matrix Led, que agregam luzes de circulação diurnas de leds, luzes de curva preditivas, farol alto sem ofuscamento para os outros veículos e nivelamento dinâmico automático.

Os para-choques de aço se integram com os alargadores dos para-lamas. As rodas de liga leve pretas de 17 polegadas são calçadas com pneus para todo-o-terreno 285/70 R17 AT Continental Grabber.

Na traseira, o para-choque tem um degrau integrado e uma barra de reboque dobrada para evitar comprometer o ângulo de saída. A capacidade de imersão é de 85 centímetros – alternador, entradas de ar e componentes elétricos são elevados e isolados.

A suspensão ativa Fox Live Valve Shock de 2,5 polegadas é um dos grandes destaques da Ranger Raptor e ajuda a proporcionar uma maior capacidade off-road. Protetores inferiores para off-road protegem os componentes vitais.

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Há cinco modos para os amortecedores – um deles, o Jump Mode, enrijece os pistões para absorver o impacto em saltos. Os diferenciais são blocantes na dianteira e na traseira.

O motor a gasolina é o EcoBoost 3.0 V6 biturbo GTDI, ajustado pela Ford Performance para produzir 397 cavalos de potência e 59,4 kgfm de torque – nas versões XLS, XLT e Limited da Ranger, o 3.0 V6 turbodiesel entrega 250 cavalos e 61,2 kgfm.

O câmbio da Raptor é automático com 10 velocidades, o mesmo de F-150, Mustang e Ranger V6 a diesel, mas com calibrações específicas para alto desempenho. O zero a 100 km/h pode ser feito em apenas 5,8 segundos – é a picape mais rápida vendida no Brasil.

Segundo o Inmetro, o consumo fica em 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. Entre as tecnologias de segurança, estão controle de cruzeiro adaptativo com stop & go, frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, estacionamento automático, monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, reconhecimento de sinais de trânsito, sensores de estacionamento e sete airbags.

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A Ranger Raptor tem sete modos de condução, ajustando desde motor e transmissão até sensibilidade e calibração do freio ABS, da direção e do acelerador. Os medidores, as informações e os temas de cores no painel de instrumentos e na tela central mudam de acordo com o modo de direção.

Para a estrada, a picape tem o modo “Normal”, o “Esportivo”, mais responsivo, e o “Escorregadio”, para superfícies de baixa aderência.

Para o fora-de-estrada, há o “Rock Crawl”, para terrenos rochosos e irregulares extremos, o “Areia”, para superar dunas ou neve, o “Lama/Terra”, para máxima aderência em charcos, e o “Baja”, que define todos os sistemas para off-road severo e de alta velocidade.

A Ranger Raptor conta ainda com o Trail Control, uma espécie de controle de cruzeiro para o off-road. Um sistema de escape ativo amplifica o som do motor em quatro modos selecionáveis.

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Experiência a bordo – Por dentro da fera

Na Ranger Raptor, detalhes em laranja aparecem no volante, nas molduras das saídas de ar e nos bancos – que são em formato de concha, têm estrutura de espuma preparada para absorção de impacto e um revestimento que combina couro sintético e suede.

O do motorista oferece dez níveis de ajustes elétricos. O volante esportivo em couro premium com desenho esportivo inclui saliências para o polegar e borboletas de câmbio em magnésio fundido, que completam a “atmosfera” esportiva.

Algumas soluções da Ranger tradicional foram reeditadas, sempre adicionando algumas doses de esportividade. Estão ali o painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas e a tela da central multimídia Sync 4 de 12 polegadas sensível ao toque com as mesmas dimensões da versão Limited, mas os gráficos e configurações são diferenciados.

Além da conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, há um sistema de navegação nativo com função off-road. O poderoso som Bang & Olufssen tem oito alto-falantes e esbanja qualidade.

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Primeiras Impressões – Abuso de autoridade

Tatuí/SP – A Ford Ranger Raptor não tem concorrentes diretos, pois não existe no mercado brasileiro nenhuma outra picape que consiga performances tão extremas nas trilhas e no asfalto.

Seu desempenho representa um grande “upgrade” em relação às Ranger que vêm da Argentina, que já estão na parte superior do segmento de picapes médias. O motor 3.0 V6 biturbo GTDI, com seus 397 cavalos e 61,2 kgfm de torque, entrega um comportamento digno de um modelo de rali.

Nenhuma outra picape vendida no Brasil chega nem perto dos 5,8 segundos que a Raptor leva para atingir os 100 km/h, partindo da imobilidade. No Campo de Provas da Ford na cidade paulista de Tatuí, foi possível pilotar a Raptor no asfalto e no off-road.

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Antes de assumir o volante, os participantes do teste tiveram direito a uma insana volta extremamente rápida nas trilhas, proporcionada por um dos pilotos de provas da Ford – que incluiu um salto no qual a picape tirou as quatro rodas do chão.

Mais impressionante que a “decolagem” foi o “pouso”. Graças ao modo de ajuste automático para salto (Jump Mode), que enche os pistões dos amortecedores para absorver o impacto, a picape aterrissou com uma suavidade inacreditável, sem repiques e sem perder o equilíbrio – quase como se estivesse apoiada sobre trilhos invisíveis.

No off-road, a suspensão elevada ajuda muito. O conjunto tem estrutura reforçada e o maior curso do segmento, com 25,6 centímetros na dianteira e 29 centímetros na traseira.

É do tipo Double Wishbone na dianteira, com braços de liga de alumínio, e Watts Link na traseira, com mola helicoidal. Os amortecedores de competição ativos Fox Live Valve Shocks 2.5 se adaptam às diferentes condições do terreno.

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O modo de direção mais divertido para trilhas é o “Baja”, no qual motor, transmissão, freio, direção e acelerador são otimizados para o off-road em velocidade elevada.

O sistema antilag, disponível no modo “Baja”, mantém os turbocompressores girando por até três segundos após o motorista soltar o acelerador, permitindo uma retomada mais rápida da aceleração quando o motorista volta a acionar o pedal da direita.

A tração 4×4 automática, reforçada pelos modos off-road em alta e baixa velocidade, ajuda a deixar para trás os obstáculos que surgem pelo caminho. O diferencial blocante, traseiro e dianteiro, evita que a picape patine ou atole.

Os ângulos de entrada (32 graus), de saída (27 graus), de transposição de rampa (24 graus) e o vão livre em relação ao solo (27,2 centímetros) favorecem a proposta radical.

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Um modelo tão bom assim nas trilhas não deveria se sair tão bem no asfalto – mas esqueceram de avisar isso à Raptor. Na pista asfaltada de Tatuí, foi possível atingir a velocidade de 180 km/h – máxima controlada eletronicamente –, com uma facilidade e uma percepção de consistência surpreendente.

Na pista, a Raptor entrega performances dinâmicas dignas de um esportivo e um equilíbrio em curvas rápidas singular para uma picape sem carga – circunstância na qual normalmente este tipo de veículo torna-se mais instável.

A Ford Performance, divisão de esportivos de alto desempenho da marca norte-americana, fez um trabalho admirável com a Raptor.

Ficha Técnica – Ford Ranger Raptor

Motor: EcoBoost V6 3.0, dianteiro, longitudinal, gasolina, 2.949 cm³, 6 cilindros em “V” a 60 graus, bloco de ferro-grafite e cabeçotes de alumínio, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escapamento, 4 válvulas por cilindro, dois turbocompressores, injeção no duto e direta
Potência: 397 cavalos a 5.650 rpm
Torque: 59,4 kgfm a 3.500 rpm
Transmissão: câmbio automático Selectshift com 10 marchas, tração 4×2, 4×4 e 4×4 permanente com troca de marchas manuais sequenciais por borboletas no volante
Suspensão: Dianteira independente, braços triangulares de alumínio superpostos, mola helicoidal, amortecedor pressurizado Fox 2,5 polegadas e barra antirrolagem. Traseira com eixo rígido, mola helicoidal, dois braços de locação longitudinal e transversal e amortecedores pressurizados Fox 2.5 montados externamente às longarinas do chassi
Direção: tipo pinhão e cremalheira, eletro-assistida
Freios: hidráulico, discos ventilados na frente e atrás, servo-assistidos a vácuo, duplo-circuito dianteiro-traseiro, ABS e distribuição eletrônica das forças de frenagem
Rodas e pneus: alumínio 8,5J x 17 com pneus 285/70R17
Peso: 2.415 quilos
Caçamba: 1.232 litros
Capacidade de carga: 715 quilos
Tanque de combustível: 82 litros
Dimensões: 5,38 metros de comprimento, 2,20 de largura (2,02 sem os espelhos), 1,92 metro de altura, 3,37 metros de entre-eixos
Preço: R$ 448.600

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Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Jornalista carioca que trabalha com jornalismo automotivo desde 1992. Em 2018 criou a Agência AutoMotrix e, em 2020, a revista "Roda Rio".