
O sonho de simplesmente entrar no carro e deixar que ele cuide de tudo parece cada vez mais próximo — e desejado.
Segundo o mais recente levantamento da AutoPacific, o recurso mais cobiçado pelos motoristas em seus próximos veículos não é potência, nem luxo, mas sim a condução sem as mãos.
Sim, deixar o carro assumir o controle total está se tornando a prioridade número um para quem pensa em trocar de carro.
Os dados da pesquisa de 2025 mostram que 43% dos entrevistados nos Estados Unidos querem condução semi-autônoma apenas em rodovias, com o motorista atento, como nos sistemas Super Cruise da GM ou BlueCruise da Ford.
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Outros 38% desejam ir além, pedindo veículos que possam levá-los de um ponto a outro sem qualquer interferência, sem volante ou necessidade de atenção humana.

Um número quase igual, 37%, espera por algo intermediário: autonomia total, mas com opção de assumir o controle quando quiser.
Essa virada de interesse é significativa. No estudo anterior, em 2024, as tecnologias avançadas de assistência à direção mal apareciam entre as dez mais desejadas.
Para se ter ideia, o único recurso relacionado era o freio automático traseiro, e ele ficou atrás até de detalhes como cortinas para os passageiros de trás.
Agora, a lista inclui controle de cruzeiro adaptativo com centralização na faixa, alerta de tráfego cruzado traseiro, assistência para desviar de obstáculos e até detecção de animais de grande porte.
Uma das explicações está no simples fator de conhecimento. Quanto mais as pessoas ouvem falar sobre essas tecnologias, mais elas passam a desejá-las.

A AutoPacific aponta que a conscientização é ainda mais relevante do que a experiência prática. Isso pode ajudar a entender por que a frase “quero que meu carro dirija sozinho para eu fazer outras coisas” passou de 38% em 2024 para 48% em 2025.
Curiosamente, apesar dos jovens saberem mais sobre os sistemas, são os motoristas mais velhos que demonstram maior interesse em utilizá-los, especialmente os que ajudam a melhorar a visibilidade ao redor do veículo.
Esse grupo parece ver na tecnologia um aliado para compensar limitações naturais da idade.
Marcas de EVs, como Rivian e Lucid, estão na linha de frente, incorporando recursos de direção autônoma em seus modelos.

Enquanto isso, a Tesla continua no centro das atenções — e dos tribunais — com seus sistemas polêmicos, como o Full Self Driving.
Mas, paradoxalmente, a quantidade de notícias negativas pode estar alimentando o desejo por esse tipo de tecnologia. Afinal, como diz o ditado, falem bem ou mal, mas falem.
Entretanto, é bom lembrar que, apesar da empolgação, a realidade está longe da ficção científica. Segundo a NHTSA, nenhuma marca hoje comercializa carros com autonomia total (nível 5).
O único sistema que atinge o nível 3, em que o motorista pode tirar os olhos da estrada, é o Drive Pilot da Mercedes-Benz. Todos os outros, mesmo os mais avançados, como o BlueCruise, o ProPilot da Nissan ou o sistema da BMW, exigem atenção constante.
Ou seja, os carros podem até dirigir por conta própria em algumas situações, mas ainda não dispensam a vigilância do motorista.
E isso, como já se viu em acidentes recentes, pode ter consequências graves. Mas, ao que tudo indica, essa nova obsessão por não dirigir veio para ficar — e promete mudar de vez a relação entre motorista e máquina.
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