
Depois de mais de cinco anos de disputa judicial, a Subaru finalmente concordou em encerrar um processo nos Estados Unidos envolvendo queixas de que os para-brisas de alguns de seus modelos mais populares apresentavam rachaduras espontâneas, deixando os proprietários responsáveis pelos altos custos de reparo ou substituição.
A montadora se comprometeu a reembolsar os clientes afetados e a compensar os quatro autores do processo — embora, como costuma acontecer, quem realmente saiu ganhando foram os advogados envolvidos na ação.
O processo, iniciado em 2019, alegava que a Subaru teria instalado para-brisas defeituosos nos modelos Forester e Outback entre 2017 e 2019, que quebravam sem aviso prévio.
A acusação era ainda mais grave: a empresa teria ocultado o defeito dos consumidores.
Em abril de 2025, chegou-se a um acordo, que, além dos modelos inicialmente citados, agora também inclui proprietários dos modelos Ascent (2019-2022), Forester (2019-2022), Legacy (2020-2022) e Outback (2020-2022).

Os quatro reclamantes receberão uma indenização individual de 5.000 dólares. Já os advogados que representaram o caso vão embolsar nada menos que 7,25 milhões de dólares — um valor que evidencia o quanto essas batalhas judiciais costumam ser lucrativas para os escritórios de advocacia.
Para os donos dos veículos afetados, o processo para conseguir o reembolso está longe de ser simples. Primeiro, o dano precisa ser classificado como uma “trinca qualificada”, definida pela Subaru como uma linha única de rachadura partindo de um ponto de impacto discernível, que se estenda em direção à borda do para-brisa.
Esse ponto de impacto não pode ter mais de 5 mm de diâmetro e deve apresentar características de um impacto leve.
Caso um concessionário autorizado não consiga identificar claramente o ponto de impacto, mas o dano atender às características da trinca qualificada, o reparo ainda poderá ser coberto.

Para solicitar o reembolso, o cliente deverá apresentar comprovante do serviço de reparo e pelo menos uma foto da rachadura. Quem atender às exigências poderá receber 125% do valor do reparo.
Se tiver realizado dois reparos, o reembolso sobe para 150%, e para três ou mais, o valor chega a 200% do custo total.
Para aqueles que não possuem fotos do dano — algo raro atualmente, considerando a popularidade dos smartphones — a Subaru criou uma alternativa curiosa.
O cliente poderá acessar um site da montadora, onde será apresentado a seis imagens aleatórias de rachaduras. Ele deverá selecionar a imagem que mais se assemelhar ao dano que sofreu.
Se acertar, terá direito ao reembolso. Caso contrário, ficará sem a indenização.
O acordo, embora finalmente traga uma solução para os proprietários prejudicados, também expõe como processos de indenização podem ser burocráticos e limitadores.
No fim das contas, enquanto os consumidores precisam cumprir uma série de exigências para reaver seus gastos, os advogados saem com os bolsos bem mais cheios, e a Subaru consegue colocar um ponto final no escândalo sem assumir oficialmente qualquer responsabilidade.

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