Apesar do sobrenome consagrado e da proposta de ser uma opção mais prática e elevada do que o Corolla tradicional, o Corolla Cross não tem despertado muita empolgação no mercado europeu.
Mesmo com o recente facelift e a chegada da versão GR Sport em alguns mercados, o SUV compacto da Toyota amarga quedas de vendas e críticas à sua aparência pouco inspirada.
Nos primeiros quatro meses de 2025, o Corolla Cross vendeu apenas 11.259 unidades na Europa, uma retração de 14% em relação ao ano anterior.
Para colocar isso em perspectiva, o C-HR, seu irmão mais ousado em termos de design, vendeu impressionantes 41.950 unidades no mesmo período, com crescimento de quase 10%.
O próprio chefe de estratégia de produto da Toyota Europa, Andrea Carlucci, admitiu o óbvio em entrevista à Auto News: o modelo simplesmente não foi desenhado com o gosto europeu em mente.
“Não temos o Corolla Cross ideal para a Europa. Ele é um produto global. Se trouxermos mais tempero europeu, as vendas vão subir”, disse Carlucci.
A crítica é clara: o design neutro e genérico, pensado para agradar consumidores tanto dos Estados Unidos quanto da Ásia, resultou em um produto que não agrada totalmente ninguém.
E na Europa, onde estilo é um fator decisivo até em segmentos mais acessíveis, isso tem um peso significativo nas vendas.
A plataforma TNGA da Toyota, no entanto, pode permitir mudanças futuras. Segundo Carlucci, ela possibilita que diferentes regiões criem carrocerias superiores específicas para seus mercados.
Ou seja, o Corolla Cross pode sim ganhar uma roupagem mais europeia no futuro, o que pode salvá-lo da irrelevância no Velho Continente.
Enquanto isso, modelos como o C-HR mostram que é possível ser ousado, moderno e atrativo sem perder funcionalidade.
O Corolla Cross, por outro lado, continua parecendo aquele carro de locadora: confiável, eficiente, mas absolutamente esquecível. Se a Toyota quiser mesmo manter seu SUV compacto vivo na Europa, vai precisar mais do que um GR Sport de maquiagem.
Vai precisar de identidade.
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