
A Toyota Engineering Society, grupo voluntário mais antigo dentro da montadora japonesa, revelou um conceito que parece ter saído direto de um filme de ficção científica futurista: uma cápsula de transporte esférica e transparente, que gira ao redor de seus ocupantes.
O projeto faz parte do desafio anual promovido pela sociedade, criado para incentivar o espírito de monozukuri — uma filosofia japonesa difícil de traduzir, que une artesanato, dedicação e busca constante por aprimoramento técnico.
Para 2024, o tema era “O que é isso? Incrível!” E a resposta foi realmente surpreendente.
Batizado informalmente de “cápsula giratória”, o conceito é algo que definitivamente chamaria mais atenção do que qualquer GR Supra barulhento nas ruas.

Por fora, a estrutura parece simples: uma esfera transparente, aparentemente flutuante. Mas, por dentro, a engenharia é tudo menos básica.
O funcionamento envolve dois trilhos metálicos internos que passam pelos lados do módulo central, onde o ocupante fica posicionado. Rodas acopladas a esse módulo movimentam-se sobre os trilhos, fazendo com que a esfera inteira gire ao redor dele.
Para mudar de direção, o sistema simula um diferencial — como um tanque de guerra — acelerando as rodas de um lado mais que as do outro.
Tudo isso é controlado por um joystick, embora a demonstração feita durante a apresentação tenha sido limitada a movimentos simples, de poucos metros para frente e para trás, em modo “autônomo”.
A fabricação da esfera, aliás, foi um desafio à parte. A equipe da Toyota recorreu à empresa Shinsi, especializada em acrílicos de alta resistência e painéis curvos para aquários gigantes.

Levaram um tempo até conseguirem moldar e polir o acrílico para torná-lo forte e completamente transparente — um feito de engenharia que garante visão de 360 graus ao ocupante.
Para entrar na cápsula, é preciso abrir uma escotilha que ocupa cerca de um terço da esfera e subir por uma pequena escada. Nada prático, claro.
Mas uma vez lá dentro, segundo o testador, o movimento da cápsula foi surpreendentemente suave, como era de se esperar de um objeto esférico rolando sobre uma superfície lisa.
A realidade, no entanto, é que o conceito não tem nenhuma aplicação prática no mundo real. Falta tração, o controle direcional é limitado e seria um pesadelo tentar dirigir isso fora de um piso perfeito.
Problemas como suspensão até poderiam ser resolvidos, mas a proposta toda é excessivamente complexa para resolver algo que já foi solucionado com carrinhos de golfe e pequenos veículos elétricos urbanos.
No fim das contas, a cápsula esférica da Toyota é mais um exercício criativo e técnico do que um passo rumo ao futuro da mobilidade.
Mas serve como uma bela vitrine do que engenheiros motivados e apaixonados são capazes de criar quando têm liberdade para experimentar, mesmo que o resultado final seja mais arte do que funcionalidade.

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