
Um processo bilionário aberto nos Estados Unidos acusa a Toyota de liderar um esquema de fraude organizado envolvendo seus carros a hidrogênio.
A ação judicial, no valor de US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 29 bilhões), afirma que a montadora ocultou falhas graves de segurança no sedã Mirai por mais de uma década.
Baseado na Lei RICO — usada tradicionalmente para investigar máfias e crimes corporativos sistemáticos —, o processo pode ter implicações profundas para a operação da Toyota com veículos movidos a célula de combustível.
Segundo a denúncia, apresentada no Tribunal Federal da Califórnia, a Toyota, sua financeira e concessionárias no estado conspiraram para vender e financiar veículos com risco de explosão e falhas mecânicas severas.
Veja também

O documento cita relatos técnicos que chamavam os modelos Mirai de “bombas de hidrogênio ambulantes”, devido a vazamentos próximos ao motor, perda de potência repentina e falhas nos freios.
Além disso, a acusação aponta que a infraestrutura de abastecimento de hidrogênio — controlada pela parceira FirstElement Fuel (True Zero) — está em colapso, deixando proprietários por semanas sem acesso ao combustível.
Mesmo diante desses problemas, a Toyota teria mantido uma política de cobrança agressiva sobre clientes com veículos inoperantes, por meio de sua financeira, a Toyota Motor Credit Corporation.
O advogado Jason Ingber, que representa os autores da ação coletiva, afirma que a empresa violou um acordo firmado em 2014 com o Departamento de Justiça dos EUA.

Na época, a montadora admitiu ter ocultado falhas em outro escândalo de aceleração involuntária e se comprometeu a relatar com transparência todos os problemas de segurança futuros — o que, segundo a nova ação, não ocorreu.
“Não se trata de um defeito pontual, mas de uma fraude organizada que colocou vidas em risco”, declarou Ingber.
A ação pede não só indenização tripla aos consumidores prejudicados, mas também a suspensão judicial das operações da Toyota com hidrogênio no país.
Com a infraestrutura já enfraquecida — agravada pelo fechamento de postos da Shell no início do ano —, o processo pode ser mais um prego no caixão do hidrogênio automotivo nos EUA.

Relatos de proprietários mostram um cenário de frustração crescente: falta de postos em funcionamento, longas filas e semanas com o carro parado à espera de reabastecimento.
Mesmo com incentivos agressivos, como descontos de até 50% e bônus de combustível gratuito, muitos compradores afirmam ter sido enganados quanto à real viabilidade do Mirai.
Para críticos do hidrogênio, o caso expõe o fracasso de uma promessa que não se sustentou na prática — e que agora ameaça virar um escândalo corporativo global.
A Toyota, que construiu sua reputação com base na confiança e na confiabilidade, terá que provar nos tribunais que não traiu justamente os consumidores que mais acreditaram na inovação.
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










