
A Toyota Motor Corporation não pretende melhorar os termos da controversa proposta de ¥4,7 trilhões (cerca de US$ 31 bilhões) para assumir o controle total da Toyota Industries Corporation, mesmo diante de fortes críticas do mercado.
A afirmação foi feita na semana passada pelo CEO da montadora, Koji Sato, em meio à crescente pressão de investidores minoritários e questionamentos sobre a governança da operação.
A Toyota Industries, que fabrica empilhadeiras e teares, é a empresa que deu origem ao império da Toyota, e detém hoje cerca de 8% da própria Toyota Motor.
O grupo Toyota, liderado pelo presidente Akio Toyoda — neto do fundador —, já possui 38% da companhia e planeja consolidar o restante por meio de uma oferta pública de aquisição.
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A proposta oferece ¥16.300 por ação, valor que representa um desconto de 11% em relação ao preço de fechamento no dia em que o negócio foi anunciado, em junho.
Essa condição é justamente o ponto mais sensível do acordo, visto por analistas e investidores como uma tentativa de enfraquecer os minoritários para facilitar o avanço da família controladora.
Mais de duas dezenas de investidores assinaram uma carta conjunta enviada às diretorias da Toyota Motor e da Toyota Industries, com apoio da Asia Corporate Governance Association, pedindo a revisão da proposta.
Ainda assim, Koji Sato afirmou que não há planos de alterar o preço oferecido. “Esperamos conduzir o processo com transparência, garantindo o alinhamento de todas as partes envolvidas”, declarou.
A estrutura do negócio prevê que a empresa que fará a aquisição será majoritariamente controlada pela Toyota Fudosan, uma holding imobiliária que não é listada em bolsa e também presidida por Akio Toyoda.
O próprio Toyoda fará um aporte pessoal de ¥1 bilhão no negócio, consolidando ainda mais o poder da família sobre o grupo industrial mais emblemático do Japão.
Além do impacto financeiro, a operação levanta dúvidas sobre a governança corporativa do conglomerado e a forma como trata seus acionistas não controladores.
Separadamente, Sato comentou sobre o impacto da apreensão da fabricante de chips Nexperia pela Holanda, e afirmou que a Toyota ainda não foi significativamente afetada.
Segundo ele, o problema é sério, mas “é apenas mais um dos muitos riscos severos enfrentados diariamente pela companhia”.
A Nexperia, controlada por capital chinês, foi alvo de sanções do governo holandês, que bloqueou exportações e apreendeu ativos após tensões geopolíticas envolvendo a China.
Sobre as declarações recentes do ex-presidente Donald Trump, que sugeriu que a Toyota investiria até US$ 10 bilhões em fábricas nos EUA, o CEO desconversou.
Um porta-voz da montadora afirmou que não há qualquer anúncio oficial ou número discutido com o governo americano até o momento.
Com a tensão crescente em torno da tentativa de privatização da Toyota Industries, o grupo liderado por Toyoda pode sair fortalecido — mas à custa de um novo desgaste com investidores e analistas de mercado.
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