
A Toyota mantém firme sua teimosia em relação ao hidrogênio.
Mesmo com vendas tímidas do Mirai, cortes de preço agressivos e uma infraestrutura praticamente inexistente, a montadora insiste que esse será o combustível do futuro.
E, segundo Sean Hanley, vice-presidente da Toyota Austrália, será ele quem vai destronar o diesel em nosso tempo de vida.
Hanley reconhece que o diesel ainda é muito presente e continuará relevante na próxima década.
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No entanto, acredita que, a partir de 2035, o hidrogênio tomará a dianteira, especialmente em mercados como o australiano, onde há abundância de recursos naturais para sua produção.
O país, inclusive, já tem planos oficiais para se tornar um dos maiores fornecedores globais até o fim da década.
Na prática, a situação é bem diferente. Atualmente, toda a Austrália conta com apenas 13 postos de abastecimento de hidrogênio, concentrados no canto sudeste do continente.
Nos Estados Unidos, a realidade não é muito melhor: são 50 estações, todas na Califórnia. É um retrato da distância entre a visão de futuro e as condições atuais do mercado.
A Toyota tenta preparar o terreno. Neste ano, reduziu em US$ 25 mil o preço do Mirai, seu único modelo a célula de combustível, numa tentativa de torná-lo mais atraente.

Ainda assim, o carro segue longe de ser um sucesso, preso ao dilema de depender de uma rede de abastecimento praticamente inexistente.
Hanley enfatiza que a aposta da Toyota não é de curto prazo. Para ele, o hidrogênio será peça-chave na transição energética e tem potencial para substituir não apenas o diesel, mas também complementar ou superar a gasolina em algumas aplicações.
O executivo insiste que, quando a infraestrutura amadurecer, a vantagem será evidente.
Enquanto isso, o diesel segue dominante. Seja na Austrália, nos Estados Unidos ou em mercados emergentes, ele ainda equipa picapes, SUVs e veículos comerciais de maneira quase absoluta.

Mudar esse cenário exigirá muito mais do que otimismo: será necessário investimento maciço em postos de abastecimento, logística e produção em escala.
A Toyota, porém, parece preparada para esperar. Mesmo que o mercado ainda não tenha abraçado o hidrogênio, a empresa reafirma sua convicção de que, no médio e longo prazo, ele terá papel central.
O tempo dirá se essa aposta ousada é visionária — ou apenas mais um capítulo da teimosia de uma das maiores montadoras do mundo.
[Fonte: CarExpert]
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