A nova geração da Toyota Hilux chegou nesta semana com um visual completamente repaginado, deixando para trás o conservadorismo que marcou os últimos anos da picape.
Embora a estrutura mecânica ainda compartilhe bastante com o modelo anterior, o design sofreu uma transformação ousada — e nem todo mundo está digerindo bem essa mudança.
Apelidado internamente de “Cyber Sumo”, o novo estilo adota linhas retas, traços agressivos e uma frente robusta que lembra mais uma full-size americana do que uma picape média tradicional.
Desenvolvido pela equipe de design da Toyota Austrália, o projeto mira em algo mais moderno, imponente e visualmente impactante, rompendo de vez com o perfil discreto de gerações anteriores.
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Entre os fãs mais tradicionais da Hilux, o novo visual já despertou reações apaixonadas, dividindo opiniões nas redes sociais e fóruns automotivos.
Apesar da controvérsia, a Toyota parece tranquila com a recepção do público.
Sean Hanley, chefe de vendas e marketing da Toyota Austrália, afirmou que não vê risco de afastar consumidores com o novo design.
Segundo ele, a proposta é atual e corajosa, e ainda assim preserva o que realmente importa para o público-alvo: robustez e confiabilidade.
Questionado sobre o motivo de ter classificado o novo visual como “apenas bom”, Hanley respondeu com bom humor: “Eu amo o carro! É bom. É uma ute”, referindo-se ao termo australiano para picapes.
Ele ainda provocou: “Hoje em dia há muito design polêmico por aí, especialmente entre os EVs. Mas tudo evolui. Eu gosto do que fizemos aqui.”
No campo do design, quem também defendeu a nova linguagem foi Nic Hogios, gerente sênior de design da Toyota na Austrália.
Ele reconheceu que, embora partes do interior tenham sido reaproveitadas, o conjunto geral representa uma guinada importante rumo à modernidade.
“Principalmente na frente e na traseira, o novo visual dá uma identidade marcante à Hilux, algo que acreditamos que os clientes vão apreciar por muitos anos”, afirmou.
Mesmo com a base da picape permanecendo praticamente a mesma — o chamado “hard point” do projeto — a aparência externa transmite a sensação de um carro totalmente novo.
O grande desafio agora será convencer os fãs mais conservadores de que o estilo Cyber Sumo tem espaço dentro da linhagem de um dos modelos mais respeitados do segmento.
Resta saber se esse salto visual será bem aceito em mercados fora da Austrália, como América Latina e Sudeste Asiático, onde a Hilux tem grande apelo justamente por sua imagem tradicional e durona.
O debate já está instaurado: seria a nova Hilux um avanço ousado ou um desvio desnecessário da fórmula consagrada?
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