Toyota soa um alerta vermelho: A China pode acabar dominando não só o mercado de EVs, mas também o de hidrogênio

toyota mirai (2)
toyota mirai (2)

A Toyota acaba de emitir um novo alerta que vai além do domínio chinês sobre os carros elétricos. Segundo a gigante japonesa, a China está prestes a repetir a mesma trajetória de liderança, desta vez no setor de veículos movidos a hidrogênio.

E o recado é direto: “Não temos muito tempo”, afirmou Misumasa Yamagata, presidente da divisão de hidrogênio da Toyota.

A declaração, publicada pelo Financial Times , reforça um sentimento que tem crescido entre os grandes fabricantes globais:

A China não só lidera a transição elétrica — com mais de 11 milhões de EVs vendidos em 2024, mais de 60% do total mundial — como agora também toma a dianteira em novas tecnologias que prometem moldar o futuro da mobilidade.

Os dados não mentem. A CATL e a BYD, sozinhas, já dominam mais da metade do mercado global de baterias para veículos elétricos.

toyota mirai (4)
toyota mirai (4)

E a ofensiva chinesa vai além dos carros de passeio: com incentivo governamental pesado, a China lidera a comercialização de caminhões e ônibus movidos a hidrogênio.

Apenas em 2024, o país vendeu 7.069 veículos comerciais a célula de combustível — mais do que todos os outros mercados somados.

O avanço é facilitado por políticas agressivas. Enquanto países como Japão e EUA ainda enfrentam dificuldades com custos e infraestrutura, a China transformou rotas logísticas inteiras em “corredores de hidrogênio” e multiplicou os postos de abastecimento.

Hoje, abastecer com hidrogênio na China custa cerca de um terço do valor cobrado no Japão.

toyota mirai (5)
toyota mirai (5)

Além disso, as montadoras chinesas estão apostando alto na combinação de tecnologias. A BYD, por exemplo, apresentou em 2024 a nova plataforma Super e-platform, que permite recargas ultrarrápidas com até 400 km de autonomia em apenas cinco minutos.

Até mesmo modelos de entrada, como o popular Seagull, estão sendo equipados com sistemas avançados de assistência ao motorista, como o novo “Gods Eye”. Empresas como Huawei e Momenta também estão investindo pesado em soluções de direção autônoma.

Enquanto isso, a Toyota, mesmo com mais de 30 anos de desenvolvimento em tecnologia de hidrogênio, vê sua liderança escapar pelas mãos.

O lançamento de modelos como o Mirai ainda não conseguiu competir em escala com a expansão chinesa.

E, embora a marca tenha reforçado seu portfólio elétrico com os novos SUVs bZ3X e bZ4X, a sensação é de que a empresa corre contra o tempo — em um cenário onde China dita o ritmo.

Fora do eixo Ásia-Europa, marcas chinesas já estão ganhando terreno em mercados emergentes como Brasil, México, Indonésia e Tailândia, além de quebrar recordes de exportação mês após mês.

Em abril de 2025, a BYD vendeu quase 80 mil carros fora da China, e suas projeções na Europa apontam para 400 mil unidades até 2029.

No momento em que os EUA enfrentam incertezas com tarifas e cortes em incentivos federais, o contraste com o avanço chinês só se intensifica.

E se depender da velocidade com que BYD, XPeng e outras gigantes estão investindo em novas tecnologias, o domínio da China pode se estender não só aos EVs, mas também ao hidrogênio, direção autônoma e, possivelmente, qualquer próxima revolução no setor automotivo.

Se a Toyota está preocupada, talvez o restante do mundo deva prestar mais atenção. Afinal, quem dita o ritmo da inovação tende a ditar também os rumos do mercado global.


google news2
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!
.

O que você achou disso?

Toque nas estrelas!

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.



noticias
Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.