
A Toyota está enfrentando um desafio curioso: vender carros mais rápido do que consegue fabricá-los.
Impulsionada por uma demanda global crescente por veículos híbridos, a montadora japonesa revelou nesta semana que mal está dando conta de atender aos pedidos.
O balanço do segundo trimestre fiscal de 2026 trouxe números positivos e fez a empresa elevar suas previsões de vendas e lucros para o ano.
Foram 5,27 milhões de veículos vendidos nos primeiros seis meses do ano fiscal, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Esse volume inclui as vendas da marca de luxo Lexus e reflete, sobretudo, a força da Toyota em mercados como Japão, América do Norte e China — todos com forte apetite por modelos híbridos.

Entre abril e setembro, a Toyota vendeu 2,27 milhões de híbridos convencionais (HEVs), com destaque para o novo RAV4, que continua sendo o modelo mais vendido da marca no mundo e foi o primeiro a adotar a nova plataforma de software Arene.
Somando-se os híbridos plug-in (PHEVs), elétricos a bateria (BEVs) e modelos a célula de hidrogênio (FCEVs), os eletrificados já representam 47% do total de vendas da montadora.
Apesar do crescimento robusto, a Toyota ainda enfrenta obstáculos. Um deles é o impacto da tarifa de 15% aplicada sobre carros exportados aos Estados Unidos, que deve gerar um custo extra de 1,45 trilhão de ienes (cerca de US$ 9,4 bilhões) neste ano fiscal.
Mesmo assim, a empresa revisou sua previsão de lucro operacional, subindo de 3,2 para 3,4 trilhões de ienes (aproximadamente US$ 22 bilhões).

O número é positivo, mas representa uma queda de 28% em relação ao desempenho recorde do ano fiscal anterior.
Durante coletiva de imprensa, o diretor financeiro da Toyota, Kenta Kon, afirmou que o cenário permanece favorável.
“Em termos de vendas, esperamos uma situação muito saudável daqui para frente”, declarou. Segundo ele, a procura segue tão alta que “mal conseguimos cobrir a demanda”.
Apesar do sucesso dos híbridos, os elétricos puros da marca seguem com desempenho abaixo do esperado.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o SUV elétrico Toyota bZ vendeu apenas 61 unidades em setembro e acumula pouco mais de 12 mil unidades em nove meses, abaixo do resultado do ano anterior.
A expectativa, no entanto, é de melhora nos próximos meses.
A linha bZ foi atualizada para 2026 e deve receber reforços com os lançamentos dos modelos C-HR e bZ Woodland, que prometem ampliar a presença da Toyota no segmento de EVs.
No Salão da Mobilidade do Japão, a marca anunciou que vai expandir sua atuação com cinco marcas distintas dentro do grupo Toyota, cada uma focada em perfis diferentes de consumidores e com abordagem própria para a eletrificação.
Com uma base sólida nos híbridos e planos ambiciosos para os elétricos, a Toyota segue apostando na diversidade tecnológica como estratégia para continuar crescendo — mesmo diante de custos bilionários e gargalos produtivos.
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