
O ambiente frenético dos aeroportos costuma esconder um lado curioso: veículos de solo com aparência esquisita, tecnologia defasada e pouca visibilidade.
Mas isso está mudando no Japão, onde uma inovação da Toyota promete transformar o transporte de cargas e bagagens nos bastidores do maior terminal aéreo do país.
Em operação no Aeroporto de Haneda, três novos rebocadores elétricos começaram a circular sem qualquer intervenção humana, trazendo consigo o inédito uso de condução autônoma de Nível 4 em uma área restrita no Japão.
O projeto é fruto de uma parceria entre a Toyota Industries Corporation e a companhia aérea ANA (All Nippon Airways), iniciado em 2021 com testes preliminares logo no mesmo ano.
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Os primeiros protótipos circularam discretamente, mas o modelo definitivo já foi premiado com o iF Design Award em 2022, ganhando destaque não apenas pela inovação técnica, mas também pelo visual funcional.

A frota deve dobrar até março de 2026, com outros três rebocadores entrando em operação nos pátios de voos domésticos.
A tecnologia embarcada permite que o veículo rebocador trafegue entre aeronaves, terminais e áreas de carga, percorrendo uma rota de 1,5 km com obstáculos, sinalização e tráfego intenso.
Para lidar com essa complexidade, sensores como LiDARs, câmeras e radares foram posicionados em locais estratégicos, incluindo para-lamas, laterais e dianteira.
Mesmo sem motorista, o veículo mantém uma cabine com dois assentos, iluminação semelhante à de automóveis e o logotipo da Toyota em destaque na dianteira.
Apesar de ser elétrico, os dados sobre motorização e bateria ainda não foram revelados, mas há informações sobre sua capacidade operacional.

No modo autônomo, o rebocador alcança até 15 km/h e consegue puxar até 13 toneladas de carga, o equivalente a 13.000 kg.
Caso precise ser conduzido por um humano, a velocidade sobe para 25 km/h e o limite de carga dobra para 27 toneladas (ou 27.000 kg).
Esse desempenho se ajusta ao tipo de operação e ao ambiente, garantindo segurança e eficiência mesmo em áreas críticas do aeroporto.
Um diferencial importante do sistema é a integração com a sinalização de solo, permitindo que o veículo reconheça semáforos e aja de forma sincronizada com os comandos da torre de controle.
Além dos rebocadores, a Toyota e a ANA lançaram simultaneamente uma plataforma de gerenciamento de frota, que coordena rotas, atribui pistas e minimiza atrasos nos deslocamentos internos.
Esse sistema centralizado, batizado de Fleet Management System (FMS), será responsável por garantir fluidez nos trajetos e prever eventuais conflitos entre veículos.
Desde 2019, o Japão já testava sistemas de condução autônoma de Nível 3 em aeroportos, mas esta é a primeira vez que o Nível 4 é efetivamente aplicado em operações reais.
O salto de complexidade tecnológica representa uma mudança significativa na forma como os aeroportos encaram automação e mobilidade.
A aposta no Nível 4 elimina a necessidade de um condutor atento ao volante, transferindo toda a responsabilidade de navegação e decisão ao sistema embarcado.
O modelo japonês pode servir como exemplo global, pressionando outros países a acelerar o uso de EVs e robótica em operações logísticas aeroportuárias.
Enquanto isso, o cenário se desenha para uma nova era nos bastidores da aviação comercial, com menos motoristas, mais algoritmos e veículos que enxergam melhor que humanos.
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