
A tão aguardada virada elétrica da Toyota ganhou mais um capítulo de incerteza.
A montadora japonesa acaba de adiar pela segunda vez os planos de construção de sua nova fábrica de baterias para veículos elétricos no Japão, em um movimento que reacende críticas sobre o ritmo lento da empresa em direção à eletrificação.
O terreno, de 280 mil metros quadrados, foi adquirido em Fukuoka com o objetivo de abrigar uma instalação dedicada à produção das promissoras baterias de estado sólido.
A expectativa era de que o acordo oficial com o governo local fosse assinado ainda no primeiro semestre de 2025. No entanto, a montadora já havia adiado esse prazo para o outono — e agora a assinatura foi novamente empurrada para algum momento de 2026.
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A justificativa da Toyota é a mesma de antes: “demanda abaixo do esperado” por veículos elétricos. A declaração, porém, destoa dos dados de mercado.
Segundo a consultoria Rho Motion, as vendas globais de EVs superaram os 2 milhões de unidades em setembro de 2025, registrando alta de 26% em relação ao mesmo período do ano passado.
O governador de Fukuoka, Seitaro Hattori, confirmou à imprensa o adiamento após se reunir com o presidente da Toyota, Koji Sato.
Apesar do revés, ele negou que a montadora esteja cancelando o projeto, afirmando que os planos seguem em revisão e ajustes ao longo do próximo ano.

A notícia chega dias depois de Keiji Kaita, executivo da Toyota responsável pelo centro de desenvolvimento de engenharia neutra em carbono, afirmar no Japan Mobility Show que a empresa continua no cronograma para lançar seu primeiro modelo com bateria sólida até 2028.
Declarações que agora parecem destoar da realidade dos bastidores.
Em paralelo, a Toyota anunciou recentemente uma parceria com a Sumitomo Metal Mining e com a gigante petrolífera Idemitsu para viabilizar a produção em massa das novas baterias.
Prototipadas com promessas ousadas — 1.200 km de autonomia e recarga em apenas 10 minutos —, essas baterias ainda não têm data concreta para estrear nos modelos de produção.

A montadora também apresentou a cadeia de valor para os eletrólitos sólidos desenvolvida pela Idemitsu, parte fundamental da futura fabricação dessas células avançadas. Ainda assim, sem infraestrutura pronta, tudo segue no campo da teoria.
A crescente frustração entre analistas e consumidores é visível. A empresa já havia prometido baterias sólidas para 2020, depois empurrou para 2023, e agora fala em 2028.
Enquanto isso, concorrentes como Volkswagen, BMW, Hyundai e Mercedes-Benz avançam com seus próprios projetos de baterias de nova geração.
Apesar do discurso oficial sobre queda de demanda, o que se vê é um mercado global em expansão, com consumidores cada vez mais interessados em soluções elétricas eficientes.

A insistência da Toyota em atrasar sua infraestrutura pode custar caro em um cenário onde a inovação e a agilidade ditam os rumos da indústria automotiva.
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