
O que acontece quando 50 pessoas decidem chamar um robô-táxi ao mesmo tempo, para o mesmo local, e com segundas intenções?
Em São Francisco, isso gerou o que alguns já estão chamando de o primeiro “DDOS físico” contra uma frota de veículos autônomos.
(Um ataque DDoS (Distributed Denial of Service) é uma tentativa maliciosa de sobrecarregar um servidor, serviço ou rede com tráfego de internet excessivo, tornando-o indisponível para usuários legítimos. Para realizar o ataque, os invasores usam uma rede de dispositivos infectados, como computadores e smartphones para inundar o alvo com um grande volume de solicitações, impedindo que ele responda ao tráfego normal.)
A ideia surgiu nas mãos do conhecido prankster digital Riley Walz, que reuniu cerca de 50 participantes no maior beco sem saída da cidade para realizar uma ação coordenada: cada um solicitou simultaneamente uma corrida pela plataforma da Waymo.
O resultado foi digno de um episódio de “Black Mirror”: dezenas de carros autônomos chegaram obedientemente ao local, sem saber que estavam sendo parte de uma grande trollagem.
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Os veículos se acumularam na estreita rua residencial, bloqueando acessos e tornando inviável qualquer retirada ou embarque legítimo.
Nenhum dos participantes entrou nos carros, o que levou o sistema da Waymo a aplicar automaticamente uma taxa de no-show de US$ 5 por veículo — ou seja, cerca de US$ 250 no total (cerca de R$ 1.125).
Segundo Walz, os carros permaneceram no local por cerca de 10 minutos antes de irem embora sozinhos.
Logo depois, a empresa desativou temporariamente as chamadas de corridas na região.
“Foi como se um show tivesse acabado ali. A Waymo reagiu rápido e tratou a situação com naturalidade”, disse ele em publicação na rede X.
A empresa confirmou que conseguiu identificar a sobrecarga e limitar novas alocações de veículos para aquela área específica.
Um porta-voz da Waymo explicou que situações de alta demanda não são incomuns e que o sistema está sendo constantemente ajustado para lidar com essas flutuações.
“Operamos centenas de milhares de viagens totalmente autônomas por semana em cinco cidades diferentes com mais de 2.000 veículos. Faz parte do nosso trabalho otimizar essa distribuição e garantir uma boa experiência ao usuário”, declarou o representante.
Embora o experimento tenha sido tratado com leveza por todos os envolvidos, ele levanta uma questão importante: sistemas autônomos, mesmo avançados, ainda estão vulneráveis a comportamentos humanos imprevisíveis.
Em um cenário real, essa falha de planejamento urbano poderia causar impactos maiores, como bloquear acessos de emergência ou prejudicar usuários legítimos.
No fundo, o episódio revela tanto a robustez quanto a fragilidade desses sistemas.
A Waymo evitou um colapso maior, mas a situação mostrou que basta um grupo minimamente organizado para “enganar” a lógica de uma frota inteira de robôs.
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